Lula e ministros participam da primeira formatura da Unipalmares
''Precisamos criar um país em que todos possam sentar nos bancos das universidades'', disse o presidente Lula na madrugada desta sexta-feira (14), para 126 formandos – 87% negros – e suas famílias. O presidente e sete ministros, entre eles o da Educaçã
Publicado 14/03/2008 12:41
Para o presidente, o jovem pobre brasileiro se depara com duas dificuldades ao prestar vestibular: a alta competitividade para conseguir uma vaga nas universidades federais e a falta de recursos para pagar mensalidades caras nas particulares. ''Vamos reverter essa situação porque, até 2010, vamos inaugurar dez universidades novas, 48 extensões universitárias em todo o Brasil e 214 escolas técnicas'' afirmou.
O ministro Haddad contou que em 15 anos na Universidade de São Paulo (USP) – estudou direito, economia e filosofia – não conviveu com nenhum colega negro. ''Hoje vivemos a realidade em que as universidade públicas adotam políticas afirmativas e as privadas contam com o ProUni'', lembrou, referindo-se ao Programa Universidade para Todos de concessão de bolsas a alunos de baixa renda.
Haddad destacou que uma das medidas para ampliar o acesso ao ensino superior de todos os brasileiros foi a assinatura dos acordos de metas do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), realizada na quinta-feira (13), no Palácio do Planalto (Adesão das universidades ao Reuni representa pacto pela educação). Todas as 53 universidades federais aderiram ao Reuni, que prevê, entre outras medidas, a duplicação do número de vagas até 2012.
''Se continuarmos com essas políticas públicas, de financiamento estudantil, concessão de bolsas, ampliação de vagas e apoio a iniciativas privadas como a da Unipalmares, o Brasil será mais igual na sua diversidade'', ressaltou o ministro.
Histórias de vida
Durante a cerimônia, o presidente Lula contou a história de duas alunas pobres e negras da instituição – Elaine Duarte e Andressa Santos – que conseguiram se formar mesmo em condições adversas, e destacou o apoio das famílias nesse processo.
De acordo com o presidente, o pai de Elaine era vigia desempregado e sua renda como catador de papelão era insuficiente para custear os estudos da filha. Diante das dificuldades, os pais não deixaram de apóia-la. A frase que a mãe sempre repetia – ''a gente toma sopa de pedra, mas você termina a faculdade'' – representa a luta da família para garantir à filha o direito de aprender que eles não tiveram. Já Andressa vendia frutas desde pequena para complementar a renda familiar. Hoje, as duas estão empregadas em bancos.