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SP: trabalhadores em saneamento decidem se desfilar da CUT

Foi aprovada na noite desta quinta-feria (13), durante assembléia realizada no sindicato, a desfiliação do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) da CUT Central Única dos trabalhadores. A aprovação rati

De acordo com a aprovação, a posição da CUT em relação ao governo não é mais de independência, e a  central já não atende às expectativas da classe trabalhadora.


 


O Sintaema é uma entidade representativa dos trabalhadores da Sabesp, Cetesb, Saned, Fundação Florestal, Ciágua, Aqualatina, Leval, SAAE de Itu e Ecosama, com mais de 14 mil sócios que acreditam na entidade, participando e apoiando todas as ações.


Durante o processo de debates sobre o tema na categoria, dois artigos circularam, um a favor da desfiliação e outro contra. A posição defendida pelo presidente do Sintaema, Helifax Pinto de Souza, prevaleceu na categoria. 


 


Leia abaixo a íntegra dos textos. 


 


Favorável a desfiliação.


 


Por que o Sintaema deve se desfiliar da CUT?
 


Ao longo de sua trajetória, a CUT deu importante contribuição para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, tornando-se referência para o movimento sindical em nível nacional e internacional.


 


Porém, desde sua fundação, notava-se sintomas de graves doenças, que ao longo do tempo foram se agravando, e, mesmo num momento favorável para avançarmos nas conquistas, como agora, a CUT não consegue ter força para se tornar o pólo aglutinador do sindicalismo brasileiro.


 


Basicamente, a CUT padece de três grandes problemas: hegemonismo; partidarismo e central chapa-branca em relação ao atual governo.


 


A CUT se conduz, fundamentalmente, de acordo com a orientação e interesse de uma corrente majoritária, conhecida como articulação sindical.


 


Sua política é de exclusão, dificilmente outras forças conseguem espaço para manifestarem suas opiniões. Esse foi um dos motivos pelo qual várias correntes, entre elas a Corrente Sindical Classista-CSC, atual Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil- CTB, saíram da Cut.


 


Levada a cabo, essa concepção acabou transformando a entidade em organismo praticamente de pensamento único, mais parecido com partido político do que com central.


 


Esse perigo sempre foi manifestado por todas as outras correntes nos congressos cutistas. Houve opiniões de que a CUT é simplesmente um braço do PT.


 


E a vida mostrou que tais críticas tinham sentido e estavam certas. No desdobramento desta concepção verifica-se uma paralisia da CUT perante o atual governo.


 


Ao invés de mobilizar os trabalhadores e as trabalhadoras para pressionar o governo por mudanças mais profundas, como na política macroeconômica, por exemplo, acaba adotando uma postura acrítica.


 


Ou seja, a CUT não consegue ser contundente em defender o que de positivo existe no atual governo; não consegue criticar as iniciativas nocivas do governo para a classe e não consegue fazer valer para o governo a plataforma dos trabalhadores e trabalhadoras.


 


É por isso que muitos sindicatos, até então filiados a esta central, estão rapidamente indo buscar ou construir outro instrumento capaz de alavancar os movimentos necessários para que as mudanças mais profundas, tão exigidas pelos trabalhadores e trabalhadoras, efetivamente aconteçam.


 


E foi exatamente por este conjunto de fatores que o 6º Congresso da categoria aprovou a desfiliação do Sintaema da CUT.


 


Assinam:
Helifax Pinto de Souza – presidente do Sintaema
Helena Maria da Silva – diretora de Administração e Informática do Sintaema
Rene Vicente dos Santos – diretor de Imprensa do Sintaema
Edson de Souza Pinto – diretor de Formação
Divino de Oliveira – diretor de Esporte, Cultura e Lazer
Luiz Carlos Pignagrandi (Pinhé) – 1º tesoureiro
José Roberto Mendes Oliveira (Zico) – diretor e membro do Conselho Fiscal
José Salvador – diretor do Núcleo de Aposentados
Celia Regina A.dos Santos Araújo – diretora do Sintaema e conselheira da Sabesprev Luiz Tarcísio A. de Souza (Bananal) – diretor do Sintaema
Robson Ramos Branco – diretor do Sintaema e conselheiro da Sabesprev
José Walter Soares Oliveira – diretor do Sintaema
Paulo Gady – diretor do Sintaema
Roberto Alves Silveira (Gaúcho) – diretor do Sintaema
Durvalino Barbosa – diretor do Sintaema 


 


Contrário a desfiliação.


 


Pela continuidade do Sintaema na CUT
 


A força da CUT, como central sindical, está em sua capacidade de conseguir a participação dos trabalhadores e trabalhadoras e em sua capacidade de imprimir às lutas um caráter classista e de massas na conquista dos interesses imediatos e históricos da classe.


 


A CUT, mobilizando os sindicatos e as militâncias, tem dado respostas aos ataques aos direitos dos trabalhadores e à organização sindical.


 


Esta luta, além de estar pautada pela recusa intransigente das propostas de reforma neoliberal, também contribui para o avanço das definições e da implementação do modelo de organização sindical que defendemos.


 


Na CUT existem inúmeros setores produtivos que, de forma crescente, vêm promovendo discussões, com o objetivo de construir novas formas de organização ou de mudar suas estruturas organizativas.


 


A conquista de maiores espaços de liberdade sindical e do direito de organização nos locais de trabalho, ao mesmo tempo em que impedir as demissões dos dirigentes sindicais é essencial.


 


Além disso, a CUT defende o fim do Imposto Sindical (contribuição compulsória) e das taxas confederativa e assistencial e instituição da Contribuição Negocial.


 


Acabar com o Imposto Sindical e colocar imediatamente no lugar uma contribuição da negociação coletiva, que tem de ser aprovada pelos trabalhadores sócios ou não-sócios na assembléia que será chamada pelo Sindicato para discutir a cobrança ou não da negociação coletiva.


 


É a decisão democrática, são os próprios trabalhadores que devem decidir sobre o financiamento da estrutura sindical brasileira.


 


O debate acerca da Redução da Jornada de Trabalho sem redução de salários é uma das principais bandeiras da CUT porque é o elemento para impulsionar os índices de emprego, além de lutar pela reversão da precarização do trabalho e da flexibilização de direitos, acabando com a terceirização e qualquer outra forma de contratação precária.


 


A CUT também se posiciona contra a lógica mercantilista que vigora no INSS, lutando: pelo fim da alta programada; pela nomeação urgente dos peritos concursados; pelo fim do fator previdenciário; pelo fim do retorno indiscriminado dos licenciados ao trabalho.


 


Por esses e por outros motivos defendemos a permanência do Sintaema na CUT.


 


Assinam:
Adalgiza de Lima Goto (delegada sindical de Lins)
Alcino Farias de Lima (suplente de delegado sindical da Moóca)
Antonio Carlos de Mello (ativista)
Antonio Santos Nascimento Araujo (ativista)
Edseu Gilberto Rubio (delegado sindical de Monte Alto)
Elfídio Francisco de Sena (delegado sindical de Pirituba)
Heróy Fung (ativista)
João Luiz dos Santos (ativista)
Luiz Cícero Brossler (delegado sindical de Novo Horizonte)
Manuel Luiz Pereira dos Santos (delegado sindical da ETE de Suzano)
Manuel Moura de Souza (ativista)
Reinaldo Antonio Franzini (ativista)
Valdelicio Juliana (diretor financeiro da associação Sabesp – Lins)
Valtemiro Ferreira de Moura (delegado sindical de Ribeirão Pires) 


 


Fonte: Assessoria de imprensa do Sintaema