CMF realiza audiência pública para discutir os mananciais
A degradação e má utilização dos recursos hídricos da Capital foram assuntos discutidos, ontem, 17, em audiência pública pelo Dia Mundial da Água, comemorado próximo dia 22, na Câmara Municipal de Fortaleza, através de requerimento do vereador José Maria
Publicado 18/03/2008 19:19 | Editado 04/03/2020 16:36
Conforme José Maria Pontes (PT), o avanço das construções não está respeitando sequer os recursos hídricos da cidade. Como exemplo disso, o vereador denunciou que a Lagoa da Sapiranga está sendo aterrada para a construção de condomínios residenciais e uma área de córrego, que fica por trás do Banco do Brasil da Avenida Washington Soares, também está sendo aterrada, inclusive com máquinas atuando no canteiro de obras.
''Ao questionar as construções à Secretaria Executiva Regional (SER) VI, recebi documento relatando que as construções eram legais e que se tratavam de empreendimentos com a licença da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam)'', disse o vereador.
Para José Maria Pontes, as áreas da cidade que deveriam ser preservadas, como lagoas, rios e córregos estão sendo explorados com a autorização do poder público. Além disso, o parlamentar petista destacou que quase todas as lagoas da cidade estão poluídas e impróprias ao banho e consumo humano há vários anos.
Outro problema de Fortaleza diz respeito ao processo de ocupação urbana da Capital, que causa impacto nos mananciais da cidade. Conforme Luís Sales, técnico da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), as bacias dos rios Maranguapinho e Cocó são as mais atingidas pela ocupação desordenada do espaço urbano, com a formação de áreas de risco.
Luís Sales destaca que a Prefeitura de Fortaleza, através da Habitafor, vem atuando no sentido de reduzir a presença dessas ocupações. Como exemplo, ele cita as obras que vão transferir famílias e restaurar áreas de recursos hídricos já comprometidos, como a Lagoa do Papicu, Vila Cazumba, Lagoa das Pedras e algumas áreas do Rio Maranguapinho. ''Essas ações são no sentido de reduzir o impacto causado pela ocupação dos mananciais'', explica.