Uribe tem presença vetada em show para celebrar a paz
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, cancelou, a pedido dos organizadores, sua presença no show “Paz sem fronteiras”, realizado neste domingo (16) por cantores latino-americanos e espanhóis na ponte Simón Bolívar, principal porta da fronteira com a Vene
Publicado 17/03/2008 10:44
Nota da Presidência informa que o mandatário recebeu uma ligação do empresário do cantor colombiano Juanes, idealizador do evento, pedindo que ele não comparecesse, já que os artistas “são neutros e o ato não é político”. Uribe planejava assistir ao show em companhia do vice-presidente, do comando militar e de vários membros do gabinete.
Juanes, que defende a posição do governo Uribe sobre o ataque às Farc no Equador, havia dito – aparentemente sem consultar todos os colegas – que achava “maravilhoso” se Chávez e Uribe estivem presentes no show, “porque esta é uma movimentação cidadã e seria bom que soubessem o que queremos”.
Cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, reuniram-se em Cúcuta sob a ponte fronteiriça para assistir ao evento. Do palco, montado na Simon Bolívar, os artistas comemoravam o fim pacífico da mais grave crise diplomática andina em décadas.
“Esta é uma celebração da unidade entre Equador, Venezuela e Colômbia”, disse o cantor colombiano Carlos Vives, que mandou um recado para as Farc: “Queremos que nossos militares e policiais [reféns] voltem para casa”.
“Problema colombiano”
Uma semana após ser encerrada a crise com o Equador, os dois países ainda não restabeleceram suas relações diplomáticas. Neste domingo, o presidente Rafael Correa reacendeu a polêmica afirmando que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não são um problema do seu país.
Correa frisou que o Equador é um dos países mais exitosos na erradicação do cultivo de drogas e deixou claro que seu governo não vai “se prestar” ao chamado Plano Colômbia – iniciativa idealizada pelos Estados Unidos no ano 2000 para combater o narcotráfico.
“Com que desfaçatez esta gente quer nos dar lição de moral e de bons costumes e dizer pobrezinho do Uribe [Álvaro Uribe, presidente da Colômbia], está lutando contra as Farc e o Equador não ajuda”, indagou Rafael Correa. “Por que temos que ajudá-lo se é seu problema? O que vamos fazer é resguardar nossa fronteira para saber responder imediatamente em qualquer nova incursão, mas não vamos nos envolver num conflito que não é nosso”, disse Rafael Correa, segundo informações da Presidência do Equador.
Da redação, com agências