Internet não mudou o jornalismo do modo esperado, diz estudo
A internet mudou profundamente o jornalismo americano, mas não da maneira que se esperava no surgimento do jornalismo on-line. Foi o que concluiu um estudo do Project for Excellence in Journalism, nos Estados Unidos, divulgado no domingo (16).
Publicado 18/03/2008 17:51
Segundo o estudo, acreditava-se que a internet democratizaria a informação, oferecendo novas vozes, histórias e perspectivas. Mas a agenda de notícias continua limitada – os sites oferecem primordialmente as mesmas informações.
Duas histórias – a guerra do Iraque e a eleição presidencial americana de 2008 – representam mais de um quarto de tudo que foi veiculado nos jornais, televisão e internet em 2007, estima o estudo. Desconsiderando Iraque, Irã e Paquistão, notícias relativas a todos outros países somadas representam 6% do conteúdo da mídia americana, aponta o projeto.
A crescente habilidade do leitor em encontrar o que busca sem ser distraído por propagandas está obrigando a mídia a agir com cautela em algumas ocasiões. “Apesar da audiência das notícias tradicionais se manter sozinha, as redações tendem a encolher”, afirmou Tom Rosenstiel, diretor do projeto.
“A decisão recente da NBC de nomear David Gregory como âncora de um noticiário noturno, além de mantê-lo como correspondente na Casa Branca, é um exemplo dessa redução”, explica.
Pioneirismo
Na semana passada, o site do jornal The New York Times publicou pela manhã a primeira notícia ligando o governador de Nova York, Eliot Spitzer, ao esquema de prostituição que mais tarde levaria a sua renúncia. Rapidamente, o assunto se tornou a história dominante do dia.
De acordo com Rosenstiel, há alguns anos se acreditava que os sites de notícias seriam considerados apenas reproduções dos jornais diários. “Na verdade, o jornal impresso pela manhã renasce no jornalismo on-line”, acrescenta.
Uma outra pesquisa concluiu que a maior parte jornalistas estão aderindo às mudanças na área. Muitos profissionais da imprensa afirmaram ter blogs e apreciarem os comentários dos leitores em seus sites. Quando perguntados sobre as experiências multimídias, a maioria dos jornalistas considera a experiência enriquecedora.