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Ubes condena escola em GO com sala VIP para os 'superalunos'

Um colégio em Goiânia resolveu privilegiar os “superalunos” – aqueles estudantes de acordo com seu desempenho. Criou, assim, uma sala VIP para alunos com notas superiores a 8,5 em todas as matérias. A medida causou polêmica entre entidades ligadas à educa

A justificativa da escola soa bizarra. “A realidade da sociedade é uma só: todo mundo cultua os rankings”, diz sustenta o diretor pedagógico do colégio, Flávio Roberto de Castro. “A competição acontece em todos os momentos – no trabalho, em casa, na rua. Nada melhor que a escola para trabalhar com o aluno essa questão.”


 


Para a Ubes, porém, o ranqueamento por meio de nota não se justifica e deve ser condenado. “A nota é apenas o reflexo do aluno em determinado momento e sob certas circunstâncias que pode variar muito durante o período letivo”, afirmou o presidente da entidade, Ismael Cardoso.


 


A professora de literatura Roseli da Silva Pinheiro disse que sente diferença no ritmo da aula. “É lógico que eu vou dar o mesmo conteúdo, mas tenho que fazer uma revisão em outras turmas, abrir mais espaço para perguntas”, diz.


 


Especialistas acreditam que a separação de estudantes por nota não é um modelo aconselhável. Para eles, quem ficou na classe de alunos com as menores notas pode até estudar mais, mas será movido pela competição e não pela vontade de aprender.


 


“Não é uma proposta que vá acrescentar informações ou conhecimento, mas uma disputa como se a nota fosse a coisa mais importante”, justifica a psicóloga Márcia Freire.


 


“A escola não só instrui”, concorda Maria Cassimiro, presidente do Conselho Estadual de Educação. Um colégio, segundo ela, tem de “educar também – e nós aprendemos muito com as diferenças”.


 


Para Cláudia Feldman, psicopedagoga e diretora do Kadima Núcleo de Desenvolvimento Integrado, de São Paulo, “a organização de uma sala de aula deve contemplar as diferenças para que todos cresçam. Um aluno com boas notas, por exemplo, nem sempre é criativo. Na convivência, ele poderá aprender com aquele que não apresenta notas tão boas, mas que é sociabilizado”.


 


A especialista alerta: “Não podemos criar adultos em bolhas. Temos que preparar os estudantes de hoje para a vida e não apenas para o vestibular, cujo critério também é altamente discutível”.


 


Na opinião de Cláudia, “como profissionais ou na convivência familiar, todos se deparam com as diferenças. As notas são importantes, mas o equilíbrio entre o quantitativo e o qualitativo é fundamental para o sucesso de um projeto pedagógico e a formação dos jovens”.


 


Da Redação, com informações do EstudanteNet