Livro de Haroldo Lima tem lançamento concorrido em Salvador
Foi lançado nesta segunda-feira (31/03), em Salvador, o livro ''Petróleo no Brasil – A Situação, o Modelo e a Política Atual'' do engenheiro Haroldo Lima, atual presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O evento, que aconteceu no Museu de Geologia
Publicado 02/04/2008 19:54 | Editado 04/03/2020 16:21
Com vasta experiência no campo político, onde participou ativamente da luta contra a ditadura militar de 1964 e do processo redemocratização do Brasil, Haroldo Lima, que foi eleito deputado federal por cinco vezes consecutivas, expõe no livro as suas reflexões sobre o universo do petróleo e as opiniões que guiam sua atuação à frente da ANP. Presente no lançamento, Sebastião Nery, histórico jornalista político, destacou o papel desempenhado por Lima. “Haroldo, pra usar uma expressão gaúcha, é um capitão de longo curso das lutas populares no Brasil, porque ele veio do movimento estudantil, resistiu à Ditadura e depois foi um excelente deputado”.
Sobre o livro, Nery afirmou que, mesmo não tendo lido todo o livro ainda, percebeu que “se trata de um estudo profundo sobre a situação do petróleo no Brasil”. Em 158 páginas, Lima analisa a complexidade do mundo do petróleo e aponta os desafios do cenário atual, entre eles o esforço pela diversificação da matriz energética e as novas oportunidades para a entrada de centenas de pequenas e médias empresas brasileiras nas atividades de exploração e produção.
Modelo vitorioso
A primeira parte do livro é dedicada a uma análise do setor de petróleo no Brasil, nela o autor faz um retrato da situação existente hoje, que, em sua opinião, é bastante promissora. “Do ponto de vista das reservas, da produção, da qualidade do produto, da revenda, do transporte, da diversificação das fontes energéticas, da existência de uma empresa forte, que é a Petrobras, sobre todos esses aspectos o saldo é bom”.
Na segunda parte, Lima investiga o modelo de exploração que levou o país a alcançar a posição na qual se encontra agora. “Eu conto a história desse modelo, chamando a atenção que, ao invés de ser o proposto por Fernando Henrique Cardoso, o modelo em vigor hoje foi aquele que conseguiu derrubar a proposta de Fernando Henrique”. O autor também afirma que o atual modelo, “alcançado com base na luta e na resistência”, é o mesmo aplicado por diversos países emergentes do mundo e que vem dando certo.
Participação de pequenos e médios produtores
A terceira parte trata da política em torno dos processos de exploração. Nela Lima destaca, entre outras coisas, a necessidade de estimular a participação de pequenos e médios produtores, que até pouco tempo atrás não tinham participação no setor. Como argumento o autor cita exemplos de outros países, onde esse seguimento exerce um papel importante na exploração do petróleo. “No mundo os pequenos e médios produtores estão presentes em diversos países, com destaque para os Estados Unidos, onde existem aproximadamente 23 mil produtores independes, sendo a maioria deles de pequeno e médio porte”, afirma.
Como parte do processo de estímulo à participação desse setor, Lima destaca algumas realizações da sua gestão à frente da ANP. “Nós realizamos duas rodadas de licitação voltadas para essas empresas (de pequeno e médio porte), apelidadas de ‘Rodadinhas’, que tiveram grande aceitação no setor e foram bem sucedidas”. O autor explica que as rodadas foram direcionadas para os campos marginais, que levam esse nome por já não interessarem mais às grandes empresas. “Esses campos são muito atrativos para produtores menores por serem campos já perfurados, mas que ainda contém capacidade de produção, e por isso necessitam de investimentos menores”, destaca.
De Salvador,
Rodrigo Rangel Jr.