Coordenador de Direitos Humanos do RN defende expulsão de PM’s
Para o coordenador de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça e Cidadania, Marcos Dionísio, o envolvimento de PMs em crimes deve ser combatido com rigor pela administração da polícia. O comando deve tomar posição contrária do que ocorreu com os 15 PMs p
Publicado 03/04/2008 12:30 | Editado 04/03/2020 17:08
O coordenador, um dos militantes mais conhecidos dos direitos humanos no estado, espera que tanto a operação realizada em 2005 como a diligência de agora terminem com a exclusão dos PMs. “Nós saudamos a operação e esperamos que tanto criminalmente como administrativamente, os criminosos fardados possam ser excluídos da polícia. Inclusive, rogamos que os desdobramentos realizados em março de 2005, quando outro grupo de extermínio foi desbaratado, chegue a um desfecho na legalidade e com a exclusão de quem torturou, extorquiu e matou usando a farda e a chancela do estado”, disse.
Dos 15 PMs presos em março de 2005 como suspeitos de envolvimento com mortes, apenas sete continuam presos. Mas até eles, inclusive Horácio Dantas, que foi condenado em primeira instância por homicídio de Kadja Milena, naquele mesmo ano, não perderam a farda.
A impunidade é tamanha que o PM Roberto Moura, o “Bebeto”, preso em 2005, foi solto e, agora, passa a ser apontado com um dos líderes do grupo desbaratado esta semana. Ele está foragido e é considerado perigoso. “Bebeto” responde a oito processos no Fórum Miguel Seabra Fagundes e, mesmo assim, continua na ativa. O comando da PM explica que como os processos criminais contra ele não transitaram em julgado – ou seja, ainda cabe recurso – ele não pode ser considerado culpado e muito menos expulso. Mas em outros casos o comando expulsou militares sem o aval da justiça utilizando-se de procedimentos administrativos como os que resultaram na expulsão da sargento Mary Regina, excluída por emitir cheques sem fundos.
Para Marcos Dionísio, “a resposta administrativa não precisa esperar o processo criminal. A sociedade tem que confiar na polícia e para isso não é possível que os maus policiais sejam identificados em uma série de crimes escandalosos ao longo de tanto tempo e continuem envergando a farda da PM. Isso macula a imagem da polícia e a seriedade dos bons policiais”.
Marcos Dionísio também foi solidário com a imprensa barrada na tentativa de registrar os acusados. Uma guarnição do Bope chegou a proteger um PM escondendo-o da imprensa. “Sou solidário com relação à dificuldade que os jornalistas tiveram em cobrir o caso e repilo veementemente posturas de setores da mídia que lamentaram a prisão do grupo. Como se os presos não fossem protagonistas da mortandade que se verifica nas zonas Oeste e Norte de Natal. Com a prisão desse grupo, o número de homicídios irá diminuir”, falou.
Retirado do www.tribunadonorte.com.br