Rio Poti atinge segunda maior vazão de sua história

O Rio Poti amanheceu, nesta quinta-feira (3), com uma vazão de 2.320 metros cúbicos por segundo, a segunda maior vazão de sua história, perdendo apenas para a cheia de 1985, quando milhares de pessoas ficaram desabrigadas em Teresina.

Os secretários estaduais de Defesa Civil, Fernando Monteiro, e de Assistência Social e Cidadania, Gilvana Gayoso, acompanhados do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Barbosa, e de técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), visitaram a zona rural de Teresina na tarde de quarta-feira (2), para ver de perto a situação de dezenas de famílias desabrigadas por conta das cheias.



No povoado Santa Teresa, um riacho que corta o local transbordou invadindo casas e destruindo tudo muito rapidamente. Seis famílias tiveram de abandonar suas casas por causa do risco de desmoronamento e estão abrigadas em residências de parentes ou de vizinhos através do Programa Família Acolhedora. No povoado São João, a situação é parecida, muitas famílias perderam tudo que tinham com a enxurrada.



A equipe do Governo também visitou os povoados Santa Luz de Cima e Santa Luz de Baixo e constatou uma situação ainda mais desoladora. O número de famílias desabrigadas já chega a 43 e pelo menos quatro casas desmoronaram para desespero dos moradores que não têm para onde ir. O riacho São Vicente transbordou alagando uma área em um raio de quase 3 km.



Segundo o coronel Barbosa, uma equipe de quatro bombeiros e dois barcos do Corpo de Bombeiros está no local e vai permanecer até a situação normalizar. Eles retiram pessoas ilhadas nas casas e prestam socorro às famílias. “Enviamos também uma equipe para Campo Maior, onde o rio transbordou e desabrigou cerca de 400 famílias”, destacou.



O secretário Fernando Monteiro afirmou que Governo do Estado e Prefeitura firmaram um tratado de cooperação a fim de unir esforços para solucionar os transtornos causados pelas chuvas. Ele disse que a primeira fase da ajuda será em forma de assistência emergencial e que aproveitará o cadastro das famílias atingidas que está sendo feito pela Prefeitura para enviar cestas básicas. Em relação às casas, o secretário afirmou que as que desmoronaram terão de ser ocupadas e as famílias receberão novas residências construídas pela Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH). No entanto, essas casas terão de ser desocupadas e no lugar delas deverá funcionar algum equipamento comunitário, como horta comunitária, praça ou quadra de esportes. “É a garantia de que essas famílias não voltem a esses locais considerados de risco”, ressalta o secretário.



O secretário informou ainda que a pedido dos moradores irá solicitar um estudo técnico para saber o volume das águas do riacho São Vicente desde a nascente para saber se há riscos de novas inundações. “A população quer saber se a Barragem do Bezerro desemboca aqui. Eles não querem ser pegos novamente de surpresa com outra tragédia. Além do mais, este estudo servirá tanto para a Defesa Civil como para o Corpo de Bombeiros”, explicou.