Via Amarela e IPT apresentam causas diferentes para acidente do Metrô
O deputado estadual Simão Pedro protocolou requerimento na Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia Legislativa exigindo a convocação de uma audiência pública para que a diretoria do Metrô e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) prestem
Publicado 03/04/2008 20:11 | Editado 04/03/2020 17:19
A medida foi tomada após o Consórcio Via Amarela confirmar que pretende retomar hoje as explosões no local do acidente. Desde a tragédia, os trabalhos estão paralisadas à espera da conclusão das investigações que apuram as causas do acidente. “É uma temeridade o reinicio das obras antes da conclusão desse processo. Se não soubermos as reais causas da tragédia, o que pode impedir que novos acidentes ocorram?”, questiona Simão Pedro.
Contradições
O laudo apresentado pelo consórcio Via Amarela, responsável pela construção da Linha 4 do Metrô, aponta “causas naturais” como responsáveis pelo desabamento do túnel da futura estação Pinheiros, eximindo a culpa do grupo de empreiteiras. Já o estudo que está sendo produzido pelo IPT aponta que o acidente foi causado pela aceleração da obra e erros na execução do projeto de construção, segundo declarações do Ministério Público.
Os indícios já haviam sido denunciados anteriormente pelo deputado Simão Pedro em representação protocolada no MP em janeiro deste ano. Antes do acidente, o deputado já havia constatado irregularidades no processo construtivo da Linha Amarela e, em maio de 2006, após três acidentes menores que haviam ocorrido entre dezembro de 2005 e março de 2006, deu entrada em uma denúncia no MP, solicitando abertura de inquérito.
Investigação
O objetivo era averiguar danos à ordem urbanística e à segurança da população do entorno das construções, já que havia indícios de que a obra estava sendo acelerada para coincidir com sua entrega parcial ou total em anos eleitorais, para beneficiar candidaturas do PSDB em 2006, 2008 e 2010. O MPE abriu inquérito em dezembro de 2006, três semanas antes da tragédia.
Após o acidente, Simão Pedro protocolou requerimento na Assembléia Legislativa, em março de 2007, para abrir uma CPI e aprofundar as investigações. Como a CPI não foi aberta, o deputado continuou investigando por conta própria e acompanhando de perto as investigações da polícia e do MPE.
Fonte: www.ptalesp.org.b