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Para petistas, caso ombusdman expõe parcialidade da 'Folha'

Integrantes da bancada petista na Câmara Federal afirmaram, nesta segunda-feira (7), que a saída do ombusdman do jornal Folha de S.Paulo, Mário Magalhães, demonstra que o jornal é parcial e partidário. Segundos os parlamentares, o fato reforça a

Após um ano como ombusdman da Folha, Magalhães despediu-se dos leitores porque o jornal condicionou a renovação do seu contrato ao fim das críticas diárias na internet. Um dos motivos foi que, nas últimas edições, Magalhães dedicou-se a criticar a cobertura do jornal sobre o dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.


 


Segundo o ombudsman, “o jornal deveria pisar no freio e ser mais cético” na cobertura do assunto. “É a prova concreta da parcialidade da Folha e da posição política do jornal”, afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR). O petista lembrou que integrantes do partido vêm alertando a população brasileira sobre os exageros de alguns setores da grande imprensa há cerca de quatro anos.


 


Na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), titular da CPMI dos Cartões de Pagamentos do Executivo, a saída do ombusdman evidencia a interferência do jornal na divulgação de notícias. “O ombusdman da Folha vinha implantando uma linha de muita transparência no jornal. A não-renovação deste contrato serve de reflexão para o próprio jornal e representa uma grande perda para os leitores”, afirmou.


 


O deputado Nilson Mourão (PT-AC), que também integra a CPMI, acredita que a saída do ombusdman da Folha poderá obscurecer ainda mais a transparência do jornal. “A Folha cobra transparência de todos os setores do governo e da sociedade, mas não consegue imprimir transparência na sua própria redação.”


 


Críticas


 


Na semana passada, Magalhães publicou um artigo intitulado “Um dossiê e muitas incertezas”. No texto, o jornalista afirma que “a Folha produz uma cobertura em tom unilateral que menospreza as incertezas que cercam o caso”. Segundo o ombusdman, “a impressão é que, ao contrário do que a Folha e o jornalismo em geral dão a entender, a verdade sobre o episódio (divulgação do dossiê) ainda está distante, seja ela qual for”, disse.


 


Mauro Magalhães criticou, por exemplo, a manchete publicada pelo jornal no dia 28 de março (“Braço direito de Dilma montou dossiê”). “O jornal não apresentou provas contra Erenice Alves Guerra, principal assessora da ministra Dilma Rousseff”, afirmou o jornalista.


 


O ombudsman criticou o fato de a Folha não ter dado espaço para que representantes do governo federal apresentem defesa das acusações do jornal. “O Estado (de S. Paulo) deu entrevista com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O Globo saiu com declarações do ministro José Múcio. Não sei se o que eles dizem é verdadeiro ou falso, mas é direito dos leitores conhecer pontos de vista divergentes”, conclui Mauro Magalhães.


 


Fonte: Agência Informes