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Alckmin buscará conselhos de ex-prefeito aliado de Uribe

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) programou uma agenda internacional que é uma verdadeira profissão de fé político-ideológica, no esforço para viabilizar a sua candidatura a prefeito de São Paulo, ameaçada de tratoramento pela máquina Serra-Kassab. L

Até o final do mês de maio, Alckmin irá a Bogotá, “para conhecer de perto os avanços realizados naquela cidade”, disse um dos interlocutores do pré-candidato do PSDB à Prefeitura, ouvido pela Agência Estado, que não citou seu nome. A escolha dá uma idéia dos apuros em que se encontram as forças conservadoras do continente.



Alckmin não tenciona manter contato com o atual prefeito da capital colombiana (6,8 milhões de habitantes), Samuel Moreno, eleito em outubro de 2006 pelo Pólo Democrático Alternativo, uma aliança de centro-esquerda. Segundo a fonte da Agência Estado, ele pretende reunir-se com o candidato derrotado por Moreno, Enrique Peñalosa.



Peñalosa foi prefeito em 1998-2002, mas em 2006 fracassou na tentativa de voltar à prefeitura. Teve 28% dos votos, contra 43% para Mordeno. Assim como foi derrotado, meses antes, ao tentar uma vaga no Senado dentro de esquema de Uribe.
Sim, pois o consultor internacional de Alckmin é hoje um partidário do presidente colombiano, que aproveitou muitos de seus ex-auxiliares no governo nacional. Além disso é também ideólogo, autor de dois livros com títulos eloquentes – Capitalismo: a melhor opção e Democracia e capitalismo: desafios do próximo século.



Entre as medidas que Alckmin pretende conhecer, segundo a Agência Estado, estão “a ampliação de ciclovias e a construção do Transmilênio, um tipo de transporte intermediário entre o ônibus e o metrô, inspirado nos corredores de transporte de Curitiba, o Ligeirinho”.



Implantado por Peñalosa, em 2000, o Transmilênio se diferencia do Ligeirinho curitibano porque este último é estatal, enquanto seu clone colombiano é privatizado: o poder público recebe apenas 3% da receita das passagens, embora arque com a infraestrutura do sistema. Outra diferença é que os veículos são menores, com capacidade para 160 passageiros (no Ligeirinho são 270), o que faz com que andem superlotados, mesmo fora dos horários de pico.



Compreende-se que Alckmin precise gerar uma agenda positiva, no momento em que seu correligionário José Serra, governador de São Paulo, orienta boa parte do PSDB local para o apoio a seu rival, o Gilberto Kassab, do DEM, que tentará a reeleição. É duvidoso, porém, que tenha escolhido bem o seu interlocutor. Na base dos revezes eleitorais de Peñalosa esteve a sua gestão como prefeito: ele é acusado de privilegiar obras enquanto esquecia a saúde, educação e o emprego, e de privilegiar a zona norte da cidade, onde ficam os bairros ricos.



Da redação, com agências