Na conferência, jovens trabalhadores pedem mais valorização
Giovani Simões tem 17 anos e mora no município de Ibirama, em Santa Catarina. Ele é um dos muitos jovens presentes à 1º Conferência Nacional de Juventude, que acontece desde o último domingo (27) e se estende até quarta-feira (30), em Brasília. Giovani ac
Publicado 29/04/2008 17:41
Giovani acredita que cursos profissionalizantes durante o ensino médio ajudam na capacitação e na busca pelo primeiro emprego.
Bem longe da cidade de Giovani, em Redenção, no Ceará, mora Eliane da Silva. Ela participa das mobilizações juvenis da CUT no estado e luta contra a precarização da jornada de trabalho, fim do preconceito com os trabalhadores jovens e ampliação das vagas para estágio.
Os dois participaram das discussões sobre trabalho, durante a Conferência Nacional da Juventude.
O trabalho foi o segundo tema com mais propostas apresentadas nas conferências livres (428) e estaduais (78) de todo o Brasil, atrás apenas da educação. Ao todo foram 506 propostas, que abordam desde a capacitação profissional à erradicação do trabalho infantil e ainda a qualificação profissional.
O grupo de trabalho para a juventude foi movimentado. A sala ficou lotada de representantes de vários movimentos sociais de todo o Brasil, que apresentaram suas propostas e dificuldades sobre o tema.
O debate criticou o censo comum de que o desemprego é decorrente da falta de qualificação profissional. O grupo acredita que o problema é a falta de vagas e que o estado deve garantir maior abertura dos postos de trabalho.
A partir destas discussões, foram apresentadas seis propostas que abordam a redução da jornada de trabalho como uma forma de abrir mais postosde emprego; o trabalho decente, que garante os direitos trabalhistas para a juventude.
“É muito mais forte o trabalho precarizado. Os jovens já não têm emprego e quando têm é um bico, ou na informalidade”, afirma o coordenador demetodologia da Conferência e mediador da mesa, José Ricardo Fonseca.
As outras propostas foram:
– reformulação da Lei do Estágio e da Lei do Aprendiz, para a inclusão de garantias trabalhistas;
– retardamento na entrada do jovem no mercado de trabalho, para que eles não entrem no mercado já durante o Ensino Médio, como uma alternativa para descongestionar o mercado de trabalho, proporcionar mais tempo de capacitação do jovem e também facilitar as condições de empregabilidade de outras pessoas;
– ampliação da qualificação profissional e garantia do passe livre para os integrantes dos cursos e o fim do alistamento militar obrigatório, mas prestação de um serviço voluntário. As propostas serão votadas na tarde desta terça-feira (29).