Estrada é desobstruída em Raposa Serra do Sol
Com a exigência de que seja feita uma fiscalização rigorosa na RR-319, conhecida como Trasarrozeira, a fim de evitar a circulação de armas e bebidas alcóolicas, os índios das comunidades de Jawari e São Francisco da reserva Raposa Serra do Sol concordaram
Publicado 12/05/2008 18:27
A negociação para a desobstrução foi encaminhada pelo superintendente da Polícia Federal (PF) em Roraima, José Maria Fonseca, que explicou aos índios que poderia haver o uso da força policial caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decidisse pelo o desbloqueio da estrada.
Além do medo da violência, o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito Souza, disse à Agência Brasil que a lei está a favor do povo indígena. “A terra já está homologada e registrada em área contínua. A comunidade grita para que não afrouxe e esperamos uma decisão do Supremo nesse sentido. Vamos esperar, mas se demorar muito tempo não dá”, disse o líder indígena. O STF deve decidir ainda este mês sobre a ação que pede o fim da homologação de forma contínua daquela terra indígena.
Paralelo a negociação para o desbloqueio da estrada, no final de semana manifestantes promoveram carreata pelas principais ruas do Centro de Boa Vista (RR) em apoio aos seis arrozeiros que possuem fazenda na área da reserva. Eles pediam ao governo que colocasse o Exército Brasileiro para intermediar o conflito no lugar dos agentes da PF.
Carta Aberta
Em Brasília, o Instituto de Pesquisa e Documentação Etnográfica – Olhar Etnográfico, entregará amanhã (13) à tarde uma carta aberta contendo um abaixo-assinado aos deputados, senadores e aos ministros do STF a favor da manutenção da terra indígena Raposa Serra do Sol como “área contínua em benefícios dos habitantes Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Pantamona”.
“O malogro do processo de retirada dos invasores representaria um sério retrocesso no caminho que a sociedade brasileira atualmente busca quanto ao maior respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos, claramente enunciada na Constituição, como também representaria uma ameaça ao funcionamento do Estado de Direito”, acentua o documento para o qual já foram colhidas mais de 300 assinaturas de 21 estados e do Distrito Federal. O documento também está circulando pela internet.
De Brasília,
Iram Alfaia