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PC dos EUA: Vejam só quem fala de classe operária

Se Marx e Engels ouvissem as análises da mídia empresarial, impressa e eletrônica, bem poderiam iniciar seu Manifesto escrevendo: “Um espectro ronda as eleições de 2008 nos Estados Unidos – o espectro do comunismo”. Toda essa gente de repente descobriu a

O problema, no entanto, é que a mídia empresarial descobriu apenas uma caricatura da classe operária. Como a análise depende em grande medida do ponto-de-vista de quem a faz, a “classe operária” deles aparece apenas como um reduzidíssimo segmento, que definem como sendo os “trabalhadores de colarinho azul, brancos e homens”.



Na verdade a classe operária compreende a esmagadora maioria deste país. Parte do problema é que esta classe não é determinada principalmente pela renda. Com certeza os pobres são principalmente classe operária, mas o mesmo ocorre com muita gente que tem rendas “médias”. Trabalhadores sindicalizados, especializados e muitos colarinhos brancos são classe operária. Gente de renda média não vive dos lucros obtidos com o trabalho alheio. Se você é empregado de uma empresa e ela lucra com o seu trabalho, então você é classe operária.



Porém o problema mais perturbador dessa nova descoberta da classe operária pelos articulistas é a sua óbvia inclinação racista. Implicitamente, ela dá a entender que os afro-americanos e latinos são gente pobre que supostamente não trabalha, e por isso apenas os trabalhadores de colarinho azul e pele branca são classe operária. E aí concluem que tal ou qual candidato está ganhando o voto da “classe operária”.



Nesse mundo da “descoberta”, trabalhadores negros, pardos ou brancos parecem ocupar universos paralelos. Na realidade, quase todo local de trabalho, toda fábrica ou todo escritório é um centro de interação multi-racial e multinacional. Uma das mais importantes características da classe operária é a interação e a cooperação social que ela opera ao fazer seu trabalho – trabalho que precisa ser feito em conjunto.



Pessoas que trabalham em conjunto também se influenciam e aprendem uns com os outros, em muitos sentidos. Afro-americanos e latinos pertencem à classe operária em proporções tão esmagadoras como os brancos. Por certo alguns, na classe, são influenciados por idéias racistas, porém no mundo de hoje o que congrega os trabalhadores é mais forte que a influência negativa do racismo. Eles são unidos pelos salários em declínio e a economia em mau estado, pela carência de saúde pública, a alta dos preços dos combustíveis e alimentos, e pelo rechaço a uma guerra brutal e desnecessária.



Barak Obama está obtendo o voto de uma percentagem mais ampla da classe operária que qualquer outro candidato presidencial do Partido Democrata desde os anos 60. E este voto, unido, abomina a América dos direitistas republicanos.



Fonte: http://www.pww.org