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Bom exemplo: modelos inglesas se filiam em massa a sindicato

Centenas de modelos que atuam na Grã-Bretanha se filiaram a um sindicato criado para exigir melhores direitos trabalhistas e proteção contra assédio sexual, exploração e até ataques. Desde o lançamento oficial da entidade — na Semana de Moda de Londres, e

O órgão foi criado depois de queixas de “comportamento lascivo” em relação a modelos, condições de trabalho abusivas e meninas sendo pressionadas a não comer e emagrecer. Agora, as modelos têm a quem recorrer para buscar apoio independente.


 


Além disso, como a filiação é anônima, as agências não podem discriminar as modelos sindicalizadas. Entre as novas e declaradas filiadas estão as modelos Dunja Knezevic e Victoria Keon-Cohen — que vêm fazendo campanha pelas mudanças na opressora indústria. Victoria contou sobre uma sessão de fotos em particular.


 


“Havia dez garotas, todas de diferentes idades, tendo de se despir e ficar apenas de fio dental para vestir as peças íntimas (a serem fotografadas), com dois ou três homens olhando”, relatou Victoria, de 22 anos. “Elas estavam tentando se esconder atrás das araras de roupas, mas os homens ficaram olhando os espelhos para ver o reflexo delas.”


 


Já Dunja Knezevic, de 26 anos, disse que a polícia deveria investigar alguns dos episódios. “Comportamento lascivo é bastante comum, mas ataques sexuais são mais raros. O problema é que nada jamais é feito a respeito, não importa quão raro seja”. O sindicato vem falando com clientes, agências, bookers e fotógrafos sobre garantir o direito básico das modelos — e afirma que a resposta vem sendo positiva.


 


Dunja diz que a polícia devia investigar alguns casos. Já o sindicato defende que as modelos tenham pausas durante as sessões de fotos e tentam garantir que elas não se sintam pressionadas a se manter extremamente magras. As modelos também têm acesso a assessoria legal e informação sobre planos de aposentadoria.


 


“Questões éticas”


 


Leni Renston, da agência Quintessentially Models, apóia o movimento, mas não tem certeza de que ele será bem visto por todo mundo. Segundo ela, “muitas agências no momento não levam em consideração essas questões éticas, mas eu acredito que elas devem se tornar a norma”.


 


“Até que isso aconteça e elas estejam prontas a lidar com esses problemas, acredito que elas vão encontrar dificuldades para lidar com o sindicato”, agrega uma pessimista Leni. À parte as dificuldades naturais, as modelos planejam uma conferência em setembro com representantes de todos os setores da moda, para discutir os progressos alcançados.


 


Da Redação, com informações da BBC