Eurocopa: do futebol 'espetáculo', resta somente a Espanha
Apagaram-se quase todas as luzes do futebol espetáculo com a saída da Holanda e Portugal, mas os lamentos servirão pouco ao último dos “moicanos” da Eurocopa-2008: a Espanha, diante da pragmática Itália.
Por Michel Dalí, para a agência Pren
Publicado 22/06/2008 13:00
A “fúria vermelha” é sem dúvidas a esperança de quem gosta do bom futebol, de dinamismo e de velocidade, ainda que certamente não se pode deixar de fora desta filosofia a Rússia, pelo brilhantismo de sua demonstração no sábado à noite contra a Holanda.
Prestígio e tradição não foram suficientes até o momento para os espanhóis em sua peregrinação para chegar ao topo do futebol mundial.
Os especialistas dizem que é agora ou nunca, e as mídias ibéricas destacam a importância da Eurocopa.
As peças principais são David Villa e seus quatro gols no torneio, e a solidez do ataque com Fernando “El Niño” Torres, com Xavi Hernández, Andrés Iniesta e David Silva, na criação do meio-campo e o volante defensivo Marco Senna.
Depois está Iker Casillas, um dos melhores goleiros do mundo e o experiente zagueiro Carles Puyol.
Não bastam, como sempre, nomes, histórias passadas e boas intenções.
Luis Aragonés, o técnico, sabe que a Espanha nunca venceu à Squadra Azurra em competições mundiais ou continentais, e também não em um 22 de junho.
É um malefício, segundo diz a imprensa.
Os espanhóis perderam para a Bélgica nas quartas de final na Copa do Mundo de 1986, realizada no México, em 22 de junho.
Dez anos depois, perderam para a Inglaterra na Eurocopa-96.
Por último, na competição mundial de 2002 foram derrotados para a seleção anfitriã, Coréia do Sul, nas quartas de final, nos três casos em disputa de pênaltis.
Além de suposições e superstições, há outra realidade: a Itália, sem se destacar, como a Alemanha, é no geral um forte adversário que na hora crucial é capaz de crescer.
Nesta edição da Eurocopa se sobressaem na equipe o goleiro Buffon, o setor de defesa com Panucci, Zambrotta e Grosso, e o ataque de Luca Toni, De Rossi, Ambrosini e Camoranesi, mas os italianos se ressentirão sobretudo da ausência de Andrea Pirlo.