Yeda e violência marcam protesto contra corrupção

O governo de Yeda Crusius e a truculência utilizada pelo comandante-geral da Brigada Militar, Paulo Mendes, foram os alvos das críticas de movimentos sociais, sindicatos e estudantes em ato nesta quinta-feira (19), em Porto Alegre. Cerca de duas m

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Celso Woyciechowski, relata que a sociedade não suporta mais os roubos do dinheiro público enquanto que sofre com serviços públicos, como saúde e educação, de má qualidade.


 


“Todos os gaúchos e as gaúchas têm reivindicado por mais saúde, mais segurança, mais educação, políticas que valorizem o meio ambiente. E a governadora tem noticiado aos quatro cantos que não tem recurso. Mas para a corrupção tem recurso. Dessa forma, a corrupção atinge a sociedade. Quando os recursos do Detran que deveriam ir para a Segurança vão para os bolsos de uma forma indevida”, diz.


 


A política adotada pela governadora Yeda Crusius durante o um ano e seis meses de gestão também foi criticada pelos manifestantes. Pedro Pozenato, integrante do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), relata que o corte de pelo menos 30% nos investimentos sociais foi o que mais afetou a população gaúcha. Para ele, zerar o déficit do Estado em 2009 não é tão positivo como divulga a governadora, já que ocorre às custas do povo.


 


“A Consulta Popular criada pelo Britto teve R$ 102 mi para serem investidos, hoje está em R$ 42 mi. O setor da saúde está extremamente prejudicado. O problema do Estado é a sonegação, que há muito tempo não é combatida, os benefícios fiscais com a promessa de emprego, que gera a guerra fiscal e a falta de uma política que efetivamente não penalize o cidadão ou o próprio empresário que paga os seus impostos em dia”, argumenta.    


Movimentos sociais do meio urbano e rural também demonstraram desânimo em relação ao governo. O integrante do Movimento Nacional da Luta pela Moradia (MNLM), Beto Aguiar, afirma que o meio urbano nunca teve uma política de desenvolvimento.


 


“Com o dinheiro da fraude do Detran nós poderíamos resolver o problema de 4 mil famílias, com infra-estrutura, com moradia. Nós não temos política urbana. A governadora nunca teve uma política urbana que investisse em política habitacional, de saneamento. Grande parte dos recursos que ela investe em saneamento é do governo federal”, diz.


 


Ana Santos, da Via Campesina, salienta que além da falta de políticas de reforma agrária e para a agricultura camponesa, o atual governo mantém um forte aparato repressivo defendendo as transnacionais. Nesta semana, mais de 300 sem terra foram despejados em Coqueiros do Sul de terras que pertenciam à organização por determinação da Justiça, com apoio da Brigada Militar.


 


“A luta dos movimentos do campo, da Via Campesina, tem sido contra o capital. E o governo de Yeda Crusius é um governo que tem abrido as portas do Estado, flexibilização, para que o agronegócio e as grandes empresas multinacionais de celulose, de etanol, se instalem no Estado”, argumenta.


 


Agencia Chasque