Chile: jornalistas pedirão perdão por colaborar com Pinochet
A Associação de Jornalistas do Chile se desculpará ante familiares de vítimas da última ditadura pela participação “culposa e antiprofissional” que tiveram os responsáveis dos principais jornais do país, comportamento que custou a vida de centenas de mili
Publicado 24/06/2008 14:31
Duas investigações realizadas por membros da Associação determinaram que a categoria adotou condutas antiprofissionais nos casos da chamada Operação Colombo e da “Rinconada de Maipú”, dois falsos enfrentamentos organizados pelo regime de Pinochet, com auxílio da mídia local.
A Associação determinou a expulsão de quatro jornalistas que à época trabalhavam no Canal 7 do país, além de um quinto que exercia funções no Canal 13. Também sofreram censura pública profissionais que trabalhavam para os jornais Ultimas Noticias, La Tercera e El Mercúrio.
Todos os veículos citados difundiram informações falsas a respeito dos casos acima citados. Alguns jornalistas que sofreriam algum tipo de sanção já estão mortos, mas seus respectivos jornais e emissoras de TV serão responsabilizados.
Na Operação Colombo (1975), a ditadura chilena pretendeu fazer crer que 119 prisioneiros teriam fugido para a Argentina, onde teriam sido mortos em enfrentamentos com militares do país vizinho.
A “Rinconada” também foi outra montagem. Um ex-agente do governo afirmou que os seis corpos encontrados na região de Maipú foram levados já mortos para o local, numa tentativa de acobertar seus assassinatos pelos militares.
Fonte: Página 12