Lula critica alarde sobre irregularidades no PAC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de peixe pequeno o alarde em torno de supostas irregularidades nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estariam sendo executadas nos municípios investigados pela Polícia Federal (PF) na
Publicado 24/06/2008 21:40
Independente das investigações da PF, que estão sob segredo de justiça, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou que a Controladoria Geral da União (CGU) e a Caixa Econômica Federal vão investigar os 37 contratos em questão.
A ministra ressaltou que dos R$ 1,8 bilhões, a serem destinados para esses municípios, foram liberados somente R$ 15 milhões. “É menos de um por cento das obras”, enfatizou Dilma, para quem a ação da PF é educativa. “Quem tiver olho gordo nas obras do PAC que se cuide”, alertou.
Ao lado do ministro das Cidades, Márcio Fortes, da ministra Dilma e da presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, o presidente Lula anunciou nesta terça (24), no Salão Nobre do Palácio do Planalto, a liberação de mais R$ 1,9 bilhão para 63 obras do PAC, sendo 30 na área de habitação e 33 na de saneamento. Dos 78 bilhões destinados ao programa, R$ 69 bilhões já foram contratatos.
Com a participação de prefeitos e governadores de partidos da base aliada e da oposição, a solenidade envolveu assinaturas de ordem de serviços para obras nos principais centros urbanos do país.
Num discurso de quase uma hora na base do improviso, o presidente demonstrou insatisfação com as notícias envolvendo obras do PAC em irregularidades e recorreu, como de costume, à metáfora: “A gente vai pescar um surubim e percebe ali nada menos do que um mandi chorão, daquele bem pequenininho”.
Disse que por estar em segredo de justiça não há como identificar as obras irregulares, portanto, há possibilidade de não ter empreendimento do PAC na lista dos investigados. “Quero dizer de alto e bom som que precisamos aprender nesse país a só culpar uma pessoa quando o inquérito estiver terminado e acreditar piamente que as pessoas podem ser inocentes até que provem ao contrário”, disse o presidente.
Gerente do PAC, a ministra Dilma explicou que para evitar irregularidades nas obras a Caixa contratou 3.000 engenheiros e arquitetos para fiscalizar os empreendimentos na área técnica. Além disso, a CGU observa os contratos e o processo de licitação e, quando há indícios de fraudes, a PF é acionada.
A ministra também enfatizou que não há obra do PAC que seja resultado da pressão de alguém. Segundo ela, foram estabelecidos critérios de prioridades que envolveram no debate todos os governadores e prefeitos.
De Brasília,
Iram Alfaia