UNE aprova plataforma eleitoral que pedirá nas eleições 2008
Durante a plenária final do 56º Coneg (Conselho Nacional de Entidades de Base), realizado em Brasília no último final de semana, jovens de todo o país votaram a plataforma eleitoral da UNE, as bases do novo projeto de reforma universitária, diversas moçõe
Publicado 24/06/2008 18:27
O Coneg reuniu cerca de trezentas lideranças estudantis na Universidade de Brasília, com o objetivo de definir as linhas de atuação da UNE para o próximo período. Depois de dois dias de intensa troca de idéias, o domingo foi reservado a plenária final, momento em que todos se reuniram para votar propostas, resoluções e moções sobre o que foi discutido durante o encontro.
Entre as resoluções aprovadas está a que definiu a data e local do próximo Coneb (Conselho Nacional de Entidades de Base) da UNE para de 18 a 20 de janeiro de 2009, em Salvador, Bahia.
Foram aprovadas também a plataforma eleitoral da UNE e a resolução educacional, que norteará o processo de construção do novo projeto de Reforma Universitária da entidade.
Além disso, os participantes do 56º Coneg definiram as campanhas da UNE para a educação. Entre os pontos principais está o fim da DRU com 10% do PIB para educação, contra a desnacionalização da educação e pela proibição do capital estrangeiro nas universidades brasileiras, paridade nas eleições para reitor e conselho, a aprovação do Projeto de Lei de mensalidades – conhecido como PL da UNE, com regulamentação do ensino privado – o fim das fundações de apoio nas instituições públicas, democratização das universidades com aprovação do PL de reserva de vagas, mais vagas nas federais e mais verbas parta assistência estudantil.
Seminário de Educação
A tenda do Centro Comunitário da UnB foi palco da abertura do Seminário de Educação, principal atividade do Coneg. O reitor da UFBA, Naomar de Almeida, e o titular da Secretaria de Educação Superior (SesuMEC), Ronaldo Mota, apresentaram o quadro do ensino superior brasileiro e subsidiaram o debate sobre a nova reforma universitária. A mesa intitulada “Repesar a universidade para mudar o Brasil” também reuniu o diretor de Políticas Educacionais da UNE, Rafael Chagas, e a presidente da entidade, Lúcia Stumpf.
Para Ronaldo Mota, “a ampliação, acesso, com qualidade de ensino, e democratização do ensino superior são os pontos fundamentais quando se entende a educação como principal ferramenta de inclusão social”.
O reitor da UFBA traçou um panorama da criação da universidade no Brasil. Segundo ele, o ensino superior tem origem em um projeto de reforma universitária da década de 70, com currículo estreito, voltado à formação para o mercado de trabalho e que não valoriza a interdisciplinaridade e a formação humanística.
“Penso que a Reforma Universitária deve necessariamente incluir a reforma da arquitetura curricular. Não é possível que instituições de ensino tenham apenas reformas administrativas ou institucionais para que sejam geridas. Como universidades, somos fundamentalmente produtoras de conhecimento, então temos que radicalizar a reforma universitária nesse sentido: reestruturando os processos de formação”, pontuou Naomar de Almeida.
“Precisamos construir uma nova universidade, que sirva ao nosso povo. Que possa ser discutida de fora para dentro, com a participação da sociedade brasileira. Uma universidade que se construa a partir da realidade que vivemos hoje e reconheça que 50% da juventude brasileira não consegue chegar nem ao ensino médio”, diagnosticou a presidente da UNE.
Projeto de reforma universitária da UNE
De acordo com Lucia, os estudantes dialogam com avanços na educação superior como o ProUni e o FIES, “mas reafirmam neste Coneg que não se contentam com medidas pontuais que não interfiram de fato na estrutura da universidade brasileira. O que queremos, há mais de 70 anos, é conquistar uma reforma capaz de repensar, reformular e garantir alterações permanentes e estruturais no ensino superior brasileiro”, disse.
“Esse Coneg se propõe, junto à sociedade, a apresentar um projeto de reforma que garanta financiamento robusto e perene para essas instituições, visando a ampliação de vagas e da qualidade que oferecem, e que consiga desta forma, fazer valer sua autonomia. Que também regulamente o setor privado, garanta paridade nas eleições para reitor, ou seja, que se consolide como espaço de ampla liberdade e produção de conhecimento voltado ao desenvolvimento nacional”, completou a líder estudantil.
O novo projeto de reforma universitária da UNE deve incluir a criação de uma política de assistência estudantil para universidades públicas e privadas que garanta acesso e permanência e valorize o tripé ensino, pesquisa e extensão.
“Reafirmo que somos nós estudantes que vamos tomar a responsabilidade de criar essas repostas, de fazer com que a sociedade se some a essa nossa luta. A mudança da universidade não é uma luta apenas de quem já está inserido nela, mas também de todo cidadão, que precisa construir um país melhor, mais justo, soberano e desenvolvido. A UNE vai mobilizar milhões de estudantes nas ruas pela reforma”, afirmou Lúcia.
Fonte: da redação, com informações do EstudanteNet