Jornalistas venezuelanos pedem reforma de lei profissional
Mais de 500 jornalistas venezuelanos fizeram nesta quarta-feira (25) um alerta sobre as violações ao código de ética no país, defendendo também o reconhecimento dos meios comunitários e que se evite a manipulação do noticiário pelos donos dos meios de com
Publicado 25/06/2008 14:55
A ação foi canalizada pelo movimento Jornalismo Necessário, que organiza conferências e fóruns a favor da reforma da lei que regula o exercício e função da profissão.
Num comunicado sobre recentes eleições do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), realizadas com uma abstenção de 70 por cento, o grupo explicou que é mais importante reavaliar os princípios éticos da profissão que participar nas eleições.
Segundo a avaliação, nos últimos anos os meios venezuelanos atravessam uma crise e, apesar de ter um dos Códigos de Ética mais completos da América Latina, é evidente a desatenção a princípios como o apego à verdade.
“Por atender seus compromissos político-empresariais, a maioria dos meios deixaram de lado a busca da verdade e do equilíbrio, e optaram por manter posturas que freqüentemente substituem as que devem assumir os partidos”, explicou o documento.
O grupo culpa o CNP de fazer vistas grossas às novas formas de fazer jornalismo surgidas nos últimos anos como os meios comunitários e alternativos, dos quais estão registrados 200 jornais impressos, 243 emissoras de rádio, 43 emissoras de tv e 19 websites.
“Esta nova circunstância obriga valorizar o papel dos meios no esforço por informar e opinar e da mesma forma é importante ponderar a democratização comunicacional”, acrescenta.
O movimento estima que o tema do jornalismo comunitário não pode permanecer à margem da discussão sindical, o que conduz à necessária reforma da Lei.
Frente a essa circunstância, o Jornalismo Necessário questiona as estruturas sindicais existentes e a obrigatoriedade de pertencer ao CNP para o exercício da profissão.
A proposta, expressaram, vai dirigida a resgatar o verdadeiro exercício do jornalismo e sepultar essa profissão manipulada pelos empresários dos meios que padecemos até agora.