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Inflação na União Européia é a maior dos últimos 16 anos

A taxa anualizada de inflação na zona do euro aumentou em junho para 4%, contra 3,7% do mês anterior, segundo dado preliminar divulgado nesta segunda-feira pela Eurostat (a agência de estatísticas do bloco europeu). Se o número for confirmado, o índice de

A evolução dos preços nos países do euro poderá levar o BCE (Banco Central Europeu) a elevar as taxas de juros na reunião que ocorre nesta quinta-feira – de 4% para 4,25% ao ano. Uma alta de juros do BCE pode afetar ainda mais o câmbio entre o dólar e o euro, o que faria o preço do petróleo (que já ultrapassou a marca de US$ 143) subir ainda mais.



A inflação vem prejudicando a economia européia: os preços mais altos de alimentos e energia – principalmente combustíveis – vem reduzindo os gastos dos consumidores europeus com bens de consumo menos essenciais.



“É um número ruim”, disse o comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários, Joaquín Almunia. “Eu não ficaria surpreso se a inflação de 2008 seja maior do que nós havíamos previsto” de 3,2%. Almunia voltou a pedir moderação nas pressões por aumentos salariais, dizendo que a contenção é a única forma de prevenir a disseminação da inflação, puxada principalmente pela alta dos preços dos alimentos e do petróleo.



Na avaliação de Gilles Moec, economista do Bank of America, de Londres, a inflação ultrapassou “uma barreira psicológica”. “Será mais fácil para os 'falcões' defenderem que é necessário um aumento dos juros.” Segundo comunicado dos analistas do Commerzbank, é possível que a taxa de juros na zona do euro chegue a 4,5%. O banco holandês NIBC prevê a mesma taxa de juros na região.



O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, defendeu o foco da instituição na inflação e disse que a estabilidade dos preços é algo vital para o crescimento e para a criação de empregos. No fim de semana, ministros da Alemanha, Espanha e França advertiram contra medidas que possam estancar a economia.



Alguns analistas, no entanto, dizem que mesmo juros mais altos podem não bastar para conter a inflação. O economista francês Marc Touati disse que uma alta de juros do BCE não lida com fatores que estão na raiz da alta da inflação – como, por exemplo, a crise da oferta mundial de alimentos ou o temor de escassez de petróleo – e os preços na região podem piorar a situação ao afetar ainda mais o câmbio com o dólar.



O Eurostat elabora sua primeira estimativa sobre a evolução da inflação a partir de informações oferecidas pelos países-membros e com dados sobre preços energéticos.



Fonte: Valor Econômico