PSB fecha apoio a Jandira e indicará o vice no Rio

O PSB apresentou inicialmente como pré-candidato o economista Carlos Lessa, que se projetou nacionalmente como primeiro presidente indicado pelo governo Lula para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Na sexta-feira passada, Lessa retirou a pré-candidatura e no sábado a Convenção da legenda delegou a decisão final sobre alianças à Executiva, confirmando que não lançaria um candidato próprio. A imprensa comentou que a escolha seria entre o PCdoB e o PMDB do governador Sérgio Cabral, que concorre com o ex-secretário Eduardo Paes.

Amaral: ''Vamos para o segundo turno''

''Nossa decisão é uma decisão política, que considerou o quadro nacional, os nossos compromissos com o Bloco de Esquerda e considerou também a necessidade da esquerda do Rio de Janeiro contar com um palanque com representatividade ideológica'', comentou Roberto Amaral para o Vermelho.

''Nós acreditamos na viabilidade eleitoral da candidatura, estamos certos de que vamos para o segundo turno. Mas no fundamental tomamos hoje uma decisão política. Será importante a esquerda estar representada no segundo turno no Rio de Janeiro'', destacou ainda Amaral.

O vice-presidente socialista não concorda que tenha sido ''uma decisão na undécima hora''. ''Não sei se é na undécima hora. Fizemos a nossa Convenção; ela delegou à Executiva a decisão final; e a Executiva bateu o martelo'', argumenta.

Amaral também é afirmativo quanto à composição da chapa: ''O PCdoB nos ofereceu a indicação do vice. Nós aceitamos e vamos fazer a decisão em 24 horas.''

Jandira ''valoriza'' ação de Lula e do PSB

Para a candidata, ''esta foi uma conquista importante, política, estratégica e eleitoral. Ao final nós conseguimos uma unidade de parte da esquerda no Rio de Janeiro, uma coligação com cinco partidos'', avaliou Jandira para o Vermelho.

''Isto com certeza vai se refletir na campanha, o que é importante, mas principalmente na criação de um núcleo político forte, competitivo. No segundo turno ele certamente atrairá um conjunto de outras forças do arco progressista'', previu a médica e ex-deputada.

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de defender a unidade das esquerdas no Rio, foi ''muito importante'' na avaliação da candidata. ''Valorizo muito essa iniciativa. E valorizo principalmente a posição do PSB, que compreendeu esse chamamento político, que não se sujeitou os interesses do povo da cidade a projetos menores, que jogou na felicidade do povo Carioca'', elogiou Jandira.

Ana Rocha acredita em mais apoios

Com o reforço desta terça-feira, a coligação que apóia Jandira para prefeita passa a incluir PSB, PCdoB, PHS, PTN e PRTB. No entanto, Ana Rocha, presidente estadual do PCdoB-RJ, ainda enxerga a possibilidade de uma maior ampliação.

''A nossa Convenção, neste domingo (29), cheia de entusiasmo, expressou a certeza de que Jandira representa a esperança e a renovação, depois de 16 anos de administrações conservadoras no Rio de Janeiro. Ao se aliar ao PCdoB, o PSB fortalece uma candidatura que já tem um potencial grande'', recorda Ana. A Convenção teve cerca de 2 mil participantes.

''Ao longo de toda a construção da candidatura, o PCdoB fez um esforço persistente de unidade. Buscamos, por exemplo, a unidade com o PT, com o PDT; e valorizamos muito neste momento o gesto do PSB'', destaca a dirigente comunista. ''O PSB do Rio de Janeiro mostrou que entendeu a importância política de uma candidatura de esquerda e viável no Rio. Ainda acreditamos que, encorajados por este gesto, outras forças progressistas possam reforçar esta unidade'', avalia Ana.

''Capilaridade'' e tempo de TV

Os cinco partidos da chapa de Jandira lançaram no total 270 candidatos a vereador. Isso dá ''uma grande capilaridade'' à campanha, na avaliação da candidata, em uma disputa pulverizada entre 11 candidatos a prefeito, dos quais pelo menos cinco têm alguma chance de chegar ao segundo turno.

A aliança com o PSB também incrementou o tempo de Jandira no horário eleitoral gratuito, que passou de 3 minutos para pouco mais de 5 minutos diários. O maior tempo será de Paes, cerca de 14 min do total de 60 minutos divididos em dois blocos. Gabeira terá 10 minutos, Solange 8, Molon 6 e Crivella 4.

Essa distribuição tende a trazer mudanças no desempenho dos candidatos ao longo da campanha. A última pesquisa do instituto Datafolha, coletada entre 26 e 28 de março, aponta Crivella e Jandira em empate técnico no primeiro lugar.

Os números do Datafolha, no cenário mais próximo do que se consolidou esta semana , são: Marcelo Crivella, 19%; Jandira Feghali, 16%; Eduardo Paes (PMDB), 10%; Fernando Gabeira (PV-PSDB), 9%; Solange Amaral (DEM) 9%; e Chico Alencar (Psol) 6%. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.

No item rejeição, 28% dos entrevistados declararam que não votariam em Crivella de jeito nenhum. Seguem-se Solange Amaral a(18%) Fernando Gabeira (16%), Coronel Jairo (15%), Jandira Feghali (13%), Chico Alencar (11%) e Eduardo Paes (10%).

Da redação, com agências

Clique aqui para saber mais sobre a campanha eleitoral no Rio de Janeiro