Agricultor sem nenhum voto é empossado como vereador no Piauí

Um fato inédito para a política brasileira aconteceu no interior do Piauí: candidato a vereador que não teve votos foi empossado na Câmara Municipal de Queimada Nova, cidade localizada na região de Paulistana, Sul do Piauí. O agricultor Armando Dias Teixe

A solenidade de posse de Armando Dias aconteceu no último dia 27, junto com ele tomou posse também o suplente Carlinhos (PR). Armando disputou o pleito de 2004 pela coligação “Continuaremos crescendo com competência”, formada por PMDB, PDT, PL, PPS e PSDB. Armando assumiu no lugar de Areosvaldo Dias Coelho que teve 338 votos.



Armando Dias ficou bastante popular na cidade de Queimada Nova depois da posse no cargo que nem ele mesmo imaginava chegar. Foi candidato apenas uma vez, no ano de 2004 e nas eleições deste ano não registrou candidatura.



De família humilde, o agricultor reside na zona Rural do município de Queimada Nova, numa localidade chamada de Capim. Como a região é muito atrasada ele contou que, para nascer a sua mãe teve que ir até a cidade de Petrolina, no Estado de Pernambuco, para receber atendimento médico. Na sua ficha de registro de candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) consta como natural de Petrolina, mas Armando considera-se piauie-nse, porque só fez mesmo nascer no estado vizinho.



Se tivesse feito campanha, Armando teria tido uma das mais baratas no país, ele havia estimado gasto máximo de R$ 5 mil para gastar em 2004, mas não fez campanha e optou por votar em outro candidato.


 


TRE já cassou 32% dos vereadores infiéis


Dando prioridade para os processos de pedido de decretação de perda de cargo eletivo de vereador, por desfiliação partidária sem justa causa, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o mandato de mais três vereadores por infidelidade. Com estes três, são 126 vereadores que perderam o mandato por terem trocado de partido, de um total de 383 processos julgados, dos 992 impetrados no TRE. As cassações representam mais de 32% dos processos julgados até agora.



O vereador de Buriti dos Montes, Francisco Lusivaldo Soares, teve o mandato cassado por unanimidade dos membros da Corte Eleitoral, por ter trocado o DEM pelo PTB, sem justificar a causa. O processo nº 1235 foi relatado pelo juiz eleitoral Bernardo Sampaio Pereira. Lusivaldo Soares ainda foi defendido pelo advogado Moacy Leal, mas não obteve êxito.



O mesmo aconteceu com o mandato do vereador de São Julião, Joaquim de Sousa Neto, julgado no processo nº 1142. O processo foi relatado pelo juiz eleitoral Bernardo Sampaio Pereira que não acatou o argumento do parlamentar ter mudado do DEM para o PSB, sem justificar nada. O juiz Ricardo Gentil Eulálio Dantas relatou o processo nº 1087 que pedia a cassação do mandato do vereador João Luiz Maciel da Silva, de Riacho Frio, por desfiliação partidária sem justa causa. O parlamentar saiu do PTB para o PRB e perdeu o mandato por isso.



O vereador de São Miguel da Baixa Grande, Antônio Luis Moura, teve outra sorte diferente dos seus colegas. Ele foi absolvido do pedido de cassação do mandato de vereador por desfiliação sem justa causa.



O vereador de São Julião, Hildebrando José de Sousa, também manteve o seu mandato. Ele foi absolvido no processo relatado pelo juiz federal Márcio Braga Magalhães.



O pedido de cassação contra o mandato do vereador Joaquim de Moura Gonçalves, de Geminiano, foi retirado de pauta. O processo seria relatado pelo juiz eleitoral Bernardo de Sampaio Pereira. (LC)