Perpétua: FPA é patrimônio do Acre

A deputada federal Perpétua Almeida (PcdoB) concedeu entrevista ao jornal A Gazeta, que foi publicada na página central da edição de domingo. Na entrevista a deputada acreana discorre principalmente sobre a política no estado.


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Habituada a uma agenda sempre lotada e um ritmo de vida mais do que acelerado, a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B), vem tendo uma rotina diferente nos últimos dois dias. Deixou de comparecer, por motivo de força maior, numa reunião articulada por ela com 25 mulheres da sociedade civil para debater a criação de um comitê em defesa da cidade de Rio Branco e de uma solenidade de entrega dos primeiros financiamentos do Banco da Amazônia a várias cooperativas do município de Feijó.


Como se não bastasse a ausência na agenda legislativa, ela também foi impedida de comparecer na inauguração do Comitê Central da campanha do candidato à reeleição pela FPA, Raimundo Angelim, na sexta-feira e não esteve ontem no ato do abraço que será realizado no Mercado Velho.


Ela concedeu entrevista A GAZETA, no Hospital Santa Juliana, onde está internada por uma crise de diverticulite (inflamação intestinal)  e destacou algumas de suas lutas encampadas no primeiro e no segundo mandato de deputada federal, destacando seu interesse pelas causa sociais, os avanços registrado na vida das mulheres brasileiras com a criação da lei Maria da Penha, a necessidade que Rio Branco tem dar continuidade ao trabalho de Raimundo Angelim, o papel desempenhado pelo PC do B em defesa do desenvolvimento do Acre e, a defesa da FPA como um patrimônio do povo acreano. Leia a seguir:


A GAZETA –  Como tem sido a conciliação de sua agenda parlamentar com a agenda de campanha nas eleições deste ano?


Perpétua Almeida – Ah, a gente tem tentado conciliar as coisas da melhor maneira possível porque não dá pra negligenciar nosso trabalho em Brasília e no Acre, mas também não podemos esquecer do projeto da Frente para o Acre. Então, temos que estar de pé para campanha. Antes eu passava de até 20 dias sem ver meus filhos, mas tenho procurado conciliar melhor essa agenda pessoal.


A GAZETA –  Como tem sido pra você se ausentar então devido a crise de saúde?


Perpétua Almeida – Fica difícil, né, pois esse é o melhor momento da campanha. Eu gosto de estar perto das pessoas, rever amigos, correligionários, eleitores e estar presente para apoiar nosso grupo, principalmente quando se trata da inauguração de comitês, que se torna um espaço familiar para todos durante a campanha.


A GAZETA – Como fica sua vida quando seu ritmo de vida volta ao normal?


Perpétua Almeida – Sempre corrido. Eu me lembro que há alguns anos atrás quando um deputado federal chegava ao Acre isso era motivo de manchete para os jornais devido a forma esporádica que eles vinham ao Estado. Eu sempre pautei minha vida pelo compromisso  de estar presente na vida do povo acreano. Acredito que a pessoa que escolhe ser político tem que ter a sociedade como sua família também, viver para servir e respeitar o voto de confiança que o povo lhe deu.   


A GAZETA – Na sua opinião, a Lei Maria da Penha trouxe evoluções para a vida da mulher brasileira?


Perpétua Almeida – Claro que sim.  


A GAZETA –  Parece ironia do destino. Nos últimos dias, a senhora passou a maior parte do tempo se dedicando a causas de saúde como as vítimas de contaminação por DD e hansenianos, e agora está internada com problemas de saúde.


Perpétua Almeida – Essas são causas que valem a vida das pessoas. Nós, políticos precisamos abrir os olhos e estar atento ás necessidades de pessoas que deram sua vida em favor dos outros. Uma das minhas lutas também tem acontecido no sentido de que a Prefeitura de Rio Branco firme um convênio com médicos cubanos recém-formados para ampliar o número de médicos atendendo pacientes na nossa Capital. Acho que esse será um bom trabalho para todos nós.


A GAZETA – Sua luta em defesa dos trabalhadores da Amazônia tem sido intensa no Congresso Nacional. Quais delas foram mais relevantes?


Perpétua Almeida – Todas são relevantes, então eu não perderia tempo me dedicando à causa de muitas famílias, principalmente os dos seringueiros. Hoje eu sou conhecida no Congresso como a deputada das espingardas por conta da emenda que permitiu os seringueiros manterem suas armas para garantir seu sustento. Acho que várias outras lutas encampadas como a pensão dos ex-guardas territoriais, a luta contra a  proibição de venda de munição separada, essa dos ex-agentes da Sucam contaminados por DDT e a dos hansenianos. Também estamos entrando numa ação em defesa do rio Acre  e das pessoas contaminadas por metais pesados no Estado. Sobre esse caso, tenho articulado um convênio entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Fundação Carlos Chagas para fazer um levantamento sobre esse índice no Estado.  


A GAZETA – Como está sendo a campanha pela reeleição de Angelim, segundo seu ponto de vista?


Perpétua Almeida – O Angelim é uma das melhores figuras que conheço para se fazer campanha. Esta semana eu estava no retorno dos trabalhos na Câmara e o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro me disse numa roda de colegas: “Gente, a cidade desta moça é a mais limpa e a do povo mais feliz que eu já vi”. Tudo isso retrata o que o Angelim tem feito por Rio Branco, desde a sua dedicação com o Centro da cidade até a periferia, onde ele não poupou trabalho. Ele nos inspira confiança e acredito que seria uma grande injustiça nçao reconduzi-lo novamente à prefeitura de Rio Branco. Ele e o Eduardo farias fizeram o mesmo que o Jorge fez com o estado, no primeiro mandato organizaram a administração e no segundo, certamente será maior ainda na área de infra-estrutura.


A GAZETA – Porque o PC do B lançou apenas dois dos três vereadores anteriores para a reeleição na Capital?


Perpétua Almeida – Eu acho que todos os vereadores do nosso partido foram brilhantes dentro de seu campo de atuação. A Ariane se envolveu muito com as causas sociais, saidno em defesa da mulher, da criança, do adolescente e dos direitos da diversidade. O Márcio foi um dos melhores líderes dessa nova geração de políticos, não perdendo nenhum debate na Câmara e equilibrando sua relação com oposição e situação. O Pascal deixou o Legislativo para apoiar o Angelim na prefeitura, cumprindo da mesma forma seu papel de trabalhar em favor da sociedade. Então, todos eles foram uma grande honra para a sociedade e para o PC do B, cumprindo seu trabalho dentro de cada segmento da sociedade.


A GAZETA – Como caminha a FPA para 2010?


Perpétua Almeida – Acho que essas coisas de futuro não é legal definir de imediato, mas acho que a Frente deve continuar unida, pois ela se transformou num patrimônio para o Acre e não uma agremiação que privilegia partidos ou grupos isolados. Precisamos manter essa unidade em defesa dos valores e do desenvolvimento da nossa terra, do nosso Acre. Eu estou pronta


                              Silvânia Pinheiro- jornal A Gazeta