Debate, livros e caipirinha: é o PCdoB na festa do Avante!

A festa busca integrar os comunistas e trabalhadores de todo o mundo, promover a cultura e o debate e levantar bandeiras importantes sem deixar de lado a diversão. São shows, mesas temáticas, espetáculos teatrais e apresentações variadas. Neste ano, haverá uma homenagem ao comunista José Saramago, que completa dez anos do recebimento do prêmio Nobel de Literatura.

Representando o Partido Comunista do Brasil, Altamiro Borges participa, no domingo, do debate “A crise econômica e financeira internacional e o papel dos países em desenvolvimento”, que contará também com a participação de dirigentes do PT, do PC da China, do PC da Federação Russa e do PC da Índia (Marxista).

Na barraca dos comunistas brasileiros haverá livros e material político e cultural sobre o país e o partido. E, para levar o sabor do Brasil aos camaradas portugueses, serão servidas feijoada e caipirinha, item que fez sucesso em edições passadas.

Conforme José Reinaldo Carvalho, secretário de Relações Internacionais, o convite feito pelo PCP  é “um gesto de amizade e de reconhecimento das relações fraternais mantidas pelos dois partidos”, além de expressar o prestígio do PCdoB junto ao movimento internacional”.

Para ele, isso é resultado das sólidas relações internacionalistas que o PCdoB desenvolveu ao longo dos seus 86 anos e que resultaram na realização 10º Encontro Internacional de  Partidos Comunistas e Operários, que acontece em novembro, em São Paulo, sob a responsabilidade do PCdoB.

Festa histórica
Exemplo de amplitude, diversidade e espírito militante, a festa do Avante! leva o nome do jornal do Partido Comunista Português, fundado em 1931. Ruben de Carvalho, dirigente comunista português, diz em texto sobre a primeira edição do evento: “A festa do Avante! era – quantas vezes o dissemos! – um sonho antigo, um sonho acalentado durante a vida clandestina do nosso partido e do nosso jornal, um objetivo que floresceu em Abril de 1974”.

O objetivo, segundo ele, era mostrar “nossa concepção do mundo, a nossa concepção da vida”, uma festa “como efetivamente Portugal jamais vira, não apenas porque a atividade do Partido Comunista fora forçada à clandestinidade, mas também porque a repressão que forçou o nosso partido à luta clandestina atingia afinal não apenas os comunistas, mas todos os portugueses, a sua liberdade, a sua felicidade, a sua vida em suma”.

Passados 32 anos, Portugal vive um momento difícil sob o governo neoliberal do primeiro-ministro José Sócrates. No entanto, o PCP continua ativo na luta contra os rumos direitistas do governo do Partido Socialista.

O mega-evento é caracteristicamente comunista também em sua organização. Durante os dias que antecederam o evento, mais de 6.500 pessoas ajudaram na construção da festa. O evento “é o espelho do que é PCP, que muitos pensavam que iria desaparecer, ficar residual, fraco. É o exemplo concreto de que temos partido para continuar a nossa luta e o nosso protesto”, disse Jerônimo de Sousa, secretário-geral do PCP ao jornal Avante!.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte