Lula:  direita é “agressiva” “nervosa” e diz “mais inverdades'

Ao falar sobre as dificuldades que enfrentou em seu primeiro mandato – quando ocorreram diversas denúncias de corrupção contra o governo e o PT -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (5), durante evento no Recife (PE), que a

“A direita, que muitas vezes ensina a esquerda a fazer política – porque nós somos mais democratas, mais palatáveis; eles são mais nervosos, ficam mais irritados, são mais agressivos -, às vezes fala muito mais inverdades e difamações que a esquerda. E em 2005, eles foram para cima para não permitir que tivéssemos um segundo mandato”, afirmou Lula.



Lula afirmou ainda que “eles”, a direita, acharam que ele não teria chances de vencer a disputa pelo segundo mandato: “Quem está aqui sabe o que passamos em 2005. Eles chegaram a conclusão que tínhamos acabado. (…) O que fizemos? Fomos para rua conversar com o povo e, em 2006, nos relegemos.”



O presidente disse que a ação mais dura da direita em relação a seu governo ocorreu por conta do “sucesso do ajuste fiscal e do crescimento econômico”. “Em 2003, tivemos que fazer sacrifício imenso, talvez o maior ajuste fiscal que o país já conheceu. Eu tinha capital político, mas era preciso ter coragem de trocar o capital político por ajuste. Mas foi esse sacrifício imenso que permitiu que tivessemos crescimento de 5,8% em 2004, o maior depois de muitas décadas.”



Ele participou de cerimônia que lembrou os cem anos do nascimento do intelectual Josué de Castro, que foi embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil na década de 60 e lutou contra a ditadura militar. Atuava no combate à fome no país.



Na cerimônia, ele voltou a afirmar que os brasileiros precisam cultuar seus heróis. “Muitas vezes nem lembramos daqueles perseguidos, ficamos criticando quem perseguiu e esquecemos dos heróis que morreram por uma causa. Esquecemos deles e ficamos xingando os outros.”



“Cabra feliz e de sorte”



Mais cedo, em seu primeiro discurso desta sexta-feira em Ipojuca, Pernambuco, o presidente voltou a exaltar, como já fez outras vezes, o fato de ser um homem feliz e de sorte. Com popularidade em alta e tendo sua imagem disputada por candidatos em todo o país, ele afirmou: “De vez em quando dizem que as coisas que estão acontecendo porque o Lula tem muita sorte. Graças a Deus, ele me deu muita sorte. Se alguém quiser um presidente azarado não contem comigo e eu não vou trabalhar para elegê-lo. Pensem num cabra feliz. Olhem pra cá, sou eu. Eu tenho vivido alguns momentos que só posso acreditar que tem o dedo de Deus apontando e nos empurrando para eu assistir o que está acontecendo no nosso querido país. Deus estava viajando por aí e parou aqui.”



Também repetindo discursos passados, Lula reclamou que os pobres só são procurados por políticos nos períodos eleitorais. “Depois da eleição, os políticos dão uma banana para os pobres e vão almoçar com os ricos”, disse.


 
Em evento no Porto de Suape, para cerimônia de início do corte do aço para a construção dos dez primeiros petroleiros no estaleiro do estado, o presidente fez mais um discurso cheio de otimismo sobre as mudanças e transformações ocorridas nos últimos anos e, diante de uma platéia de empresários, aproveitou para dar uma estocada na classe empresarial. Disse que, quando disputou sua primeira eleição, os empresários tinham medo dele. Em seguida, reconheceu que nesse período até os pobres tinham medo dele. Mas emendou:


“Hoje tenho certeza que os empresários não têm medo do Lula. E é bom que tenham respeito, como tenho por eles”, afirmou.



'Momento mágico'



Na quinta, em Petrolina, a 780 quilômetros de Recife, onde inaugurou parte da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Lula afirmou que o Brasil está vivendo seu momento mágico e que as coisas estão começando a “dar certo”. Disse que é preciso ter sorte na política e no amor. E lembrou que a descoberta, na camada pré-sal, de petróleo em áreas profundas só foi possível graças ao conhecimento técnico de engenheiros e geólogos da Petrobras.



“Governar é exatamente isso. É ver as coisas acontecerem a cada dia. O Brasil vive seu momento mágico nestes últimos 40 ou 50 anos. As coisas estão dando certo. Dizem que tenho muita sorte. Deus queira que eu levante todo dia com mais sorte. Porque, sem sorte, a gente não arranja nem mulher, nem mulher arranja marido para casar. É preciso ter muita sorte na vida política. E é preciso, também, ter muita sorte no amor, se não a vida não vale a pena” disse o presidente.



Da redação,
com agências