Márcio Pochmann debate sobre economia solidária na Bahia

O seminário debate as possibilidades e caminhos da economia solidária na construção de uma nova sociedade, e o papel da universidade e das incubadoras universitárias na formação desse conceito de economia.

A abertura é na quinta (11/9), às 9 horas, com a presença do reitor da UNEB, Lourisvaldo Valentim da Silva, e da pró-reitora de Extensão, Adriana Marmori. A partir das 10h, na conferência de abertura, Márcio Pochmann (IPEA) aborda o tema: “Situando a economia solidária no Mundo Atual- contradições e possibilidades no quadro teórico”. À tarde, mesa com a presença de Gabriel Kraychete (ITCP/UCSal), Genauto França Filho (ITCP/UFBA), José Carlos Moraes (Caritas Brasileira / NE III) e Célia Firmo (MOC).
 

A programação do segundo e último dia começa às 8h30, com conferência mediada por Sylvia Leser de Mello (ITCP/USP), com o tema “A formação em economia solidária: papel político emancipatório?”. Na seqüência, a mesa debate sobre “A Universidade, ITCPs e formação em economia solidária”, com o Paulo de Jesus (INCUBACOOP/UFRPE), e representantes da ITCP da UNEB e do Cefet, da EPADE/UNIFACS e da Rede ITCPs NE. No turno da tarde, a mesa traz representantes das cooperativas populares locais. A avaliação final e o encerramento estão marcados para as 16h até às 17 horas.
 

Conceito

Ao contrário das atividades econômicas baseadas na lógica de mercado e regidas pelo potencial competitivo e produtivo, a economia solidária preza pelo cooperativismo entre os trabalhadores, e preserva um caráter de responsabilidade sócio-ambiental. Na prática, essa nova proposta de economia se manifesta através das cooperativas populares, a exemplo das integradas por trabalhadores na reciclagem de resíduos sólidos e líquidos e nas associações produtivas; assim como as empresas auto-gestionárias, surgidas após falência e distribuição do patrimônio, em virtude da defasagem tecnológica, abandono dos proprietários e o não-pagamento das indenizações.
 

“O que se pretende é valorizar a cooperação entre os indivíduos e, portanto, a idéia de que possa haver lugar para todos os trabalhadores. É uma lógica completamente diferente da economia de mercado que, cada vez mais, substitui homens por máquinas e equipamentos, aumentando as taxas de desemprego e acentuando as diferenças entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos; fenômeno também observado dentro dos próprios países, com o crescente contingente à margem da sociedade e, especialmente, da chamada sociedade de consumo”, explica o secretário estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre, Nilton Vasconcelos. A Setre possui uma superintendência voltada para ações de estímulo à economia solidária. 
 

O conceito de economia solidária também se associa à idéia de consumo consciente, a defesa do meio ambiente e a produção de orgânicos. “A medida que se promove o consumo consciente, os recursos existentes no planeta são utilizados de forma mais adequada, evitando que cheguemos a uma exaustão dos recursos naturais”, atenta Vasconcelos.
 

Governo e Universidade

Recentemente, a Setre lançou um edital, através da Fundação de Amparo à Pesquisa, disponibilizando investimentos da ordem de 4 milhões de reais para a viabilização de projetos de economia solidária no âmbito das incubadoras tecnológicas de cooperativas populares universitárias. As universidades podem apresentar propostas no valor de até R$ 250 mil. 
 

“A pretensão da Secretaria é, ainda este ano, fomentar a formação de vinte novas incubadoras universitárias, e não-universitárias também ligadas a entidades de apoio às cooperativas, para contribuir na difusão da economia solidária e garantir o suporte administrativo e material a esses empreendimentos, de forma a assegurar o sustento das famílias de trabalhadores envolvidas”, destacou Nilton Vasconcelos.
 

De Salvador,

Camila Jasmin