Plano de defesa nacional prioriza Amazônia e Atlântico Sul

A Amazônia brasileira e o Atlântico Sul, em função da importância estratégica e da riqueza que abrigam, são consideradas áreas prioritárias para a Defesa Nacional. Para contrapor-se às ameaças a essas áreas e a todo o território brasileiro, o governo está

O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, disse que o governo decidiu adiar a divulgação porque no dia 7 a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, estará em Brasília, participando da comemoração ao Dia da Independência do Brasil.



A Assessoria de Imprensa do Ministério da Defesa informa que o anúncio foi adiado porque ainda haverá mais uma reunião para discutir o assunto.



Mangabeira, que coordena o Comitê Ministerial de Formulação do Plano Estratégico de Defesa, presidido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, lembra que o Brasil é o mais pacífico dos países da história moderna, “mas essa indisposição à beligerância não o exime da necessidade de se defender”.



A proposta do governo é fortalecer a presença militar na Amazônia, desenvolver ações sócio-econômicas na área e ampliar a cooperação com os países vizinhos. O objetivo é defender as riquezas naturais e o meio ambiente da região, que sofre ameaças de internacionalização.



No Atlântico Sul, que abriga extensa reserva de petróleo, descoberta recentemente, o governo admite que precisa dispor de meios com capacidade de exercer a vigilância e a defesa das águas brasileiras.



“Se o Brasil quiser ascender ao primeiro plano na ordem mundial, precisa de escudo para se defender não só contra as agressões, mas também contra as intimidações. Esse é o objetivo do Plano Estratégido de Defesa”, disse Mangabeira.



Assunto de todos



Para Mangabeira, a discussão atual é uma iniciativa inédita no país, que nunca realizou um grande debate nacional e civil a respeito da defesa. “O assunto sempre foi delegado aos militares, sem o envolvimento da Nação, que precisa se conscientizar do vínculo entre defesa e desenvolvimento”, afirmou.



O projeto, que foi elaborado durante um ano, contém grandes diretrizes, como o reaparelhamento da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço militar obrigatório. Em seu esboço, o documento prevê o fomento à indústria local, além de absorção de plataformas tecnológicas importadas.



Sobre a proposta de aprofundar o serviço militar obrigatório, Mangabeira destacou que “todos nós, civis e militares, entendemos que as Forças Armadas do Brasil devem continuar a ser a própria Nação em armas. E vemos o serviço militar obrigatório como um nivelador republicano, um espaço no qual a Nação se pode encontrar acima das classes”, apontou.



De Brasília
Márcia Xavier
Com agências