Não vencemos no Iraque, afirma comandante americano

O comandante das tropas ocupantes dos Estados Unidos no Iraque, general David Petraeus, descartou nesta sexta-feira (12) qualificar de “vitoriosa” a gestão do contingente militar e negou que os alegados lucros em matéria de segurança sejam irreversíveis.

“Não é o tipo de luta onde tomadas uma colina, plantas a bandeira e regressas para casa com um triunfante desfile militar (…) também não é uma guerra com um simples slogan”, declarou Petraeus em entrevista à emissora de televisão britânica BBC, transmitida em Bagdá.



De acordo com o oficial de alta categoria, que recentemente foi designado Chefe do Comando Central estadunidense, as tropas norte-americanas ainda enfrentam uma “longa luta” no país árabe, e sua retirada das cidades em meados de 2009 “seria factível”.



Petraeus reconheceu que persistem “muitas nuvens tormentosas no horizonte, que poderiam desembocar em problemas reais”.



O chefe militar foi encarregado pelo presidente norte-americano, George W. Bush, em 2007 — três anos após a invasão —, para supervisionar um plano por meio do qual foram mobilizados ao redor de 30 mil soldados adicionais nas zonas mais conflitivas do país.



Na opinião de Petraeus, “a confiança e a capacidade das forças iraquianas aumentou substancialmente” em relação a quando tomou o comando das tropas, momento no qual “a violência era horrível e o tecido social estava sendo rasgado”.



No entanto, apesar das afirmações estadunidenses e das autoridades iraquianas, a atividade da resistência à ocupação estrangeira é notória e as cifras de mortos e feridos por atentados com bombas e agressões com armas de fogo mantêm-se elevadas.



Talvez por isso, depois de definir a situação como “ainda dura, mas esperançosa”, Petraeus se referiu aos alegados progressos em matéria de segurança como “um pouco mais duradouros”, mas admitiu que o panorama no Iraque permanece “frágil”.