Presidentes sul-americanos se reunirão em apoio a Evo

Os presidentes dos países que integram a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) – todas as nações independentes do continente – intensificaram seus contatos nas últimas horas e acertaram que na segunda-feira (15) terão um encontro de urgência em Santia

A Agência Boliviana de Informação (ABI) destaca que  a reunião será em Santiago porque o Chile ocupa neste momento a presidência temporária da organização. Em recente declaração a favor da institucionalidade democrática na Bolívia, o organismo regional assinalou que ''lamenta o prolongamento de ações de grupos civis que levam à perda de vidas humanas, a pessoas feridas, à destruição de bens públicos e privados, ao enfraquecimento institucional , ao risco para a democracia e que poderiam ameaçar sua unidade e integridade territorial''.

O chanceler chileno, Alejandro Foxley, disse que o dever da presidência temporária da Unasul é sinalizar a total disposição de colaborar com o governo da Bolívia “no esforço para identificar e implementar vias de diálogo entre as legítimas autoridades bolivianas''.

Na última quinta-feira (11), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República do Brasil, Marco Aurélio Garcia, disse que o país ''não reconhecerá nenhum governo ou intento de governo que queira substituir ao governo constitucional da Bolívia.''

Em entrevista reproduzida na Agência Bolivariana de Notícias, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que os países vizinhos estão convencidos da necessidade de impedir a tentativa de golpe na Bolívia. ''Estamos fazendo consultas cruzadas e vamos nos reunir em Santiago na segunda-feira à tarde para atuar a tempo, não quando houver milhares de mortos na Bolívia. Montaram um golpe em marcha, para tirar Evo diante de nossos narizes, um golpe em nossa América'', indignou-se o chefe de Estado.   

Por sua vez, o presidente do Equador, Rafael Correa, mostrou-se preocupado com a tentativa de ''balcanizar'' a América Latina. Correa criticou duramente a ''minoria separatista e oligarca'' que partiu para ações violentas no Oriente boliviano.

''Evo, não deixaremos que o passado volte'', disse o líder equatoriano, dirigindo-se ao presidente da Bolívia. ''Sabemos bem como são essas elites. Conte com o total apoio dos governos e dos povos latino-americanos. Não permitiremos outro Pinochet na América latina, não permitiremos a balcanização da região'', disse Correa. O termo ''balcanização'', que vem do nome da península no sudeste da Europa, tornou-se sinônimo de fragmentação e perda de força política.

Da redação, com agências