Regaseificação no Porto do Pecém é adiada para o mês de novembro

Petrobras diz que início da operação no terminal de GNL só com equipamentos seguramente prontos

Ficará somente para novembro a regaseificação da primeira carga de GNL (gás natural liqüefeito) do terminal móvel instalado no Porto do Pecém, segundo informou ontem, durante apresentação na Rio Oil & Gas 2008, no Rio, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster. O gás, que abastecerá as térmicas do Estado, estava previsto para ser lançado até 25 de setembro. ´Nós entendíamos que deveríamos partir do terminal de Pecém com todas as redundâncias no que se refere a equipamentos de segurança absolutamente prontos´, justificou Foster.


 


Segundo a diretora da Petrobras, entretanto, é possível que o terminal ainda não opere regularmente este ano. ´O GNL é uma questão econômica. Se ficar o preço da geração elétrica como está, muito provavelmente eu apenas farei este ano um comissionamento [operações de teste] no terminal´, afirma.


 


Foster observa que as cargas, pelo fato de serem spot — ou seja, a entrega da mercadoria é imediata e o pagamento é feito à vista —, o mercado poderá realizar a sua compra.


 


De acordo com ela, se a análise do nível e acumulação da água mostrar que a Petrobras corre o risco de não atender com a geração contratada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração dessa energia não será feita por meio de GNL. No caso da térmica da empresa no Estado, a Termoceará, a produção da energia elétrica poderá ser realizada através da utilização de óleo diesel, quando o processo de conversão para bicombustível estiver concluído.


 


O Terminal de Regaseificação do Pecém, operado pelo navio Golar Spirit, é o primeiro terminal móvel do tipo a operar no Brasil, e poderá regaseificar sete milhões de metros cúbicos por dia. Esta quantidade equivale a cerca de metade do consumo atual de gás natural atualmente destinado ao mercado térmico nacional.


 


Além dele, a Petrobras também terá outro navio regaseificador na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Este terminal, segundo Foster, deverá ser comissionado entre novembro e dezembro. A diretora da Petrobras reiterou o interesse da estatal em construir um novo terminal, que provavelmente ficará na Região Sul.


 


Pré-sal


 


A produção de gás natural associado ao petróleo a ser retirado da camada pré-sal, de acordo com Foster, irá garantir um acréscimo de gás doméstico, ´mas o gás da Bolívia e o GNL são bem-vindos para complementar o gás nacional´. Foster já admite a possibilidade de a estatal instalar plantas de gaseificação em alto-mar. As perspectivas são otimistas, mas ela é cautelosa: ´a auto-suficiência, para ser comentada, precisamos ter concluído uma série de trabalhos em andamento no pré-sal. Não tenho previsão e não sei se vamos atingir a auto-suficiência´. A construção destas unidades é apoiada pelo superintendente de Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa energética (EPE), Gelson Serva.