Luta interna tucana em SP marcha para pedidos de punição

O tucano José Gregori, 77 anos, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique, secretário do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e membro da Comissão de Ética do nacional do partido, tentou um pedido para o PSDB “não jogar pedras um no outro”, na cada ve

“Virão outras lutas e não interessa jogar uns contra os outros. O PT, nosso adversário político direto, está fortíssimo. Não é hora para essa briga”, disse Gregori na entrevista ao jornal O Globo, recomendando que o PSDB acenda a luz amarela e se agregue sob o estandarte de  “todos contra o PT”.



“Temos todos de contar até dez e não jogar pedras um no outro. Acho que Kassab merece ser reeleito, mas, com isso, não estou desqualificando o Geraldo”, disse ainda Gregori, na tentativa de conter a luta interna.



Com a mesma intenção, Gregori qualificou o ex-ministro Clóvis Carvalho, também secretário de Kassab, de “apaixonado” e “veemente”, tentando esvaziar as declarações de Carvalho, que chamou Alckmin de “oportunista”.



Lobo quer Comissão de Ética para Gregori



A tentativa de apaziguamento foi mal recebida pela ala tucana pró-Geral Alckmin. Lobo  ameaçou Gregori com punições: “O próximo a ir para a Comissão de Ética é o também ex-ministro José Gregori”, avisou – o que criaria uma situação estranha, já que o autor das declarações é membro dessa instância partidária.



Lobo disse ter “grande estima” pelo ex-ministro da Justiça, mas agregou. “Para eu continuar gostando dele, o Gregori não precisa estar no PSDB. Ele tem todo o direito de ir para a televisão pregar o voto em Gilberto Kassab. Mas não estando filiado a um partido que tem outro candidato.” No caso de Walter Feldman, também secretário da Prefeitura e kassabista, a representação à Comissão de Ética pedindo sua expulsão já foi formalizada.



A ala alckimista dos tucanos parece ter se convencido de que abrir a luta interna e atacar Kassab é o caminho para suplantar o demista e chegar ao segundo turno. No comando da campanha do ex-governador, atribui-se a esta tática mais agressiva o estancamento da ascenção de Kassab nas pesquisas. Porém falta ainda vencer o embaraçoso empate entre os dois candidatos conservadores, o que alimenta e radicaliza ainda mais a luta interna.



Vereadores dao o troco



Do lado kassabista, também há disposição para radicalizar. A bancada de vereadores do PSDB paulistano – quase integralmente fechada com a campanha do prefeito – divulgou nesta quarta-feira nota oficial na qual “rejeita” as acusações feitas por Carvalho, de traição à candidatura de Alckmin.



“Há 10 meses ponderamos o inusitado e descabido lançamento de uma candidatura do nosso partido contra uma candidatura do nosso governo, antevendo a situação complexa que vivemos hoje. Por tudo isso, esta bancada, em sua maioria absoluta, rejeita qualquer acusação que nos atribua responsabilidades sobre a situação criada e creditamos as insinuações contra Vereadores do PSDB ao destempero emocional daqueles que a fazem. Reafirmamos, perante o testemunho da história, o nosso compromisso com os ideais social-democratas, com o governo que elegemos e com o povo paulistano”, diz a nota dos vereadores tucanos que apóiam Kassab, assinada pelo vereador Gilberto Natalini.



Da redação, com agências