Congresso Ncacional pára e só reabre após as eleições
Agora é definitivo: os parlamentares pediram que qualquer atividade da Câmara ou do Senado só seja programada, agora, para depois do dia 5 de outubro
Publicado 29/09/2008 09:43 | Editado 04/03/2020 16:36
Na última semana antes das eleições municipais, o Congresso Nacional vai paralisar por completo suas atividades para que os deputados e senadores se envolvam diretamente nas campanhas às prefeituras e Câmaras de Vereadores de todo o País. Embora o Legislativo esteja em “recesso branco” há duas semanas, alguns órgãos vinham mantendo as atividades, como a CPI das Escutas Clandestinas da Câmara – que também vai parar os trabalhos na semana que vem.
O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), desistiu de marcar depoimentos ou atividades públicas da comissão às vésperas das eleições. Depois de receber apelos dos deputados para que não retornassem a Brasília, Itagiba decidiu suspender os trabalhos.
“Os depoimentos ficaram marcados para o dia 8 de outubro. O presidente achou melhor não realizar atividades esta semana”, disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
Assim como a CPI, a Comissão de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso só vai retomar os trabalhos após as eleições. Durante a semana já não houve quórum (número mínimo de parlamentares) suficiente para que o órgão realizasse audiência – o que suspendeu as suas atividades. O esvaziamento no Congresso se reflete nas sessões plenárias, dedicadas exclusivamente para discursos dos parlamentares.
No Senado, onde tradicionalmente os parlamentares ocupam a tribuna para realizar discursos mesmo em dias esvaziados, a sessão de quinta-feira durou somente 20 minutos – com a presença de apenas dois senadores no plenário.
Além dos deputados e senadores que disputam cargos nas prefeituras e Câmaras de Vereadores, os parlamentares que não são candidatos se envolvem diretamente nas campanhas de aliados -por isso se mantêm ausentes de Brasília.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), nem chegou a retornar à capital federal esta semana para participar de atividades de campanha de correligionários.
No recesso branco, como não há votações em plenário, os deputados e senadores não têm cortes nos salários – nem na chamada 'verba indenizatória' de R$ 15 mil, destinada aos gastos parlamentares nos Estados.