Indefinição de voto para Vereador mantém disputa em aberto

Eleitores entre 16 e 24 anos são os mais indecisos: 66% deles não sabe ainda em quem votar para vereador. Pesquisa O POVO/Datafolha mostra ainda que 42% do eleitorado consideram o desempenho dos atuais vereadores “regular”

A uma semana da eleição, 55% dos eleitores fortalezenses não decidiram em quem votar para vereador. Pesquisa O POVO/Datafolha apontou que eleitores entre 16 e 24 anos estão entre os mais indecisos: 66% deles ainda não sabem em quem votar. O levantamento foi realizado nos dias 25 e 26 de setembro com 1.040 entrevistados e com margem de erro de três pontos percentuais.


 


Destaque também para o segmento com renda familiar menor do que dois salários mínimos. O total de indecisos, neste caso, ficou em 60%. O percentual de decididos foi maior entre os eleitores com renda familiar superior a cinco salários mínimos, atingindo 58% na pesquisa.


 


Os eleitores também avaliaram o desempenho dos atuais vereadores. Para 42% deles os parlamentares têm desempenho “regular”. O percentual de quem respondeu “ótimo/bom” ficou em 22% e 26% dos entrevistados classificou o desempenho dos vereadores como “péssimo”. 11% não soube responder.


 


O pior desempenho dos atuais parlamentares foi entre o eleitorado com nível superior: 31% desse segmento considerou a atuação dos vereadores “ruim/péssima”. Já o melhor percentual obtido foi entre eleitores com nível fundamental, chegando o índice de “ótimo/bom” a 27%.


 


Avaliação



Para o cientista político Josênio Parente, o percentual de 55% de indecisos é “normal” por se tratar de uma disputa proporcional. Ele argumentou que a quantidade de candidatos é muito alta, o que facilita a indecisão. São 859 pessoas disputando 41 vagas na Câmara Municipal da Capital. “Os partidos usam essa estratégia (de lançar muitos nomes) para alcançar um maior número de eleitores”, afirmou.


 


Segundo ele, voto mesmo têm os vereadores que são ligados à administração municipal, “que dispõe de assistência permanente”. “Grande número de (candidatos a) vereadores quer só aparecer”, avaliou Josênio. O cientista acredita que são consolidados os votos dos 45% dos eleitores que já se decidiram. “Isso não muda não porque são os vereadores ligados aos movimentos populares e que têm trabalho assistencialista”, afirmou.


 


Josênio considerou “bom” o percentual de aprovação referente à aprovação dos vereadores. “Não está uma avaliação tão negativa quanto antigamente.” Ele argumenta que essa mudança é o reflexo do esforço dos parlamentares de se mostrarem representantes da sociedade. “É uma mudança na cidadania”, finalizou.