Dia do Professor: Jô cobra do governador piso nacional
Em discurso esta manhã no plenário da Câmara dos Deputados, a líder do PCdoB na Casa, deputada federal Jô Moraes (MG) dirigiu um apelo aos governadores de Minas Gerais, São Paulo e do Rio Grande do Sul para que retirem a Ação Direta de Inconstitucionalida
Publicado 16/10/2008 11:59 | Editado 04/03/2020 16:51
Jô Moraes contou que os professores da rede pública estadual de ensino
em Minas estavam em greve na tentativa de viabilizar o piso nacional
sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O movimento
paredista, no entanto, foi suspenso a partir de negociações com pais de
alunos, ante, ainda, o compromisso do governo mineiro de abrir
negociações, mas, até o momento, não houve nenhuma conversa.
Violência
No Dia dos Professores, comemorado hoje, a deputada destacou a
pesquisa veiculada por um jornal mineiro, mostrando o cotidiano de
violência vivido pelos profissionais. Um estado tal que 47% das
licenças médicas dos professores se deve a transtornos mentais. “A
pesquisa indica que a maioria dos professores ouvidos (74%) já tinha
vivido uma situação de violência envolvendo alunos, e 51% abrangendo
pais e mães de seus educandos.
Leia a íntegra do discurso da deputada Jô Moraes:
“Senhor
Presidente, caros Deputados, queridas Deputadas, todos nós vimos aqui
saudar àqueles que realizam um dos maiores desafios no nosso País: o
exercício do educar.
Muitas vezes acompanhamos movimentos reivindicatórios dos professores
deste País e esquecemos o seu cotidiano. Estávamos vendo em recente
pesquisa publicada no jornal Estado de Minas que 47% das licenças
médicas dos professores são por transtornos mentais. E os transtornos
mentais são conseqüência não apenas da precariedade das condições, mas
também do cotidiano de violência. A pesquisa indica que a maioria dos
professores escutados já tinha vivido situação de violência envolvendo
seus alunos, em torno de 74%, e envolvendo os pais e mães de seus
alunos, 51%.
Esse cotidiano de violência, que é a extensão da violência por que
passam as famílias em situação de risco e de miséria, sem dúvida, cria
uma situação absolutamente especial para os professores.
Neste momento, ao saudar os responsáveis pelo desafio de educar o
futuro deste País, faço uma saudação especial aos professores do meu
Estado, Minas Gerais, que recentemente realizaram uma greve — pasmem —
para assegurar a retirada pelo Governo do Estado da ação direta de
inconstitucionalidade que está no Supremo para inviabilizar o piso
nacional votado por nós e que terá de ser pautado nos próximos dias em
seu segundo turno.
Nesta homenagem, faço um apelo aos Governos do Estado do Rio Grande do
Sul, de São Paulo e de Minas Gerais, para que retirem essa ação direta
de inconstitucionalidade do Supremo. Seria um presente aos responsáveis
por garantir um país desenvolvido, qualificado e informado.
Apelo neste momento especificamente para o Governador do Estado de
Minas Gerais, a fim de que abra negociações. O apelo feito pelos pais
no movimento de paralisação foi suspenso, com o compromisso do Governo
do Estado de abrir negociação, mas até este momento estamos num impasse
absoluto.
Ao saudar os homens e as mulheres que educam nossos filhos, faço esse
apelo. O Brasil, particularmente Minas Gerais, precisa tratar esses
professores com dignidade e responsabilidade por sua função histórica.
Era o que tinha a dizer, Senhor Presidente”.