Colômbia articula coalizão de centro-esquerda contra Uribe

O ex-presidente colombiano Ernesto Samper propôs a formação na Colômbia de uma nova coalizão de centro-esquerda, capaz de responder às exigências de justiça social que “o atual governo do presidente Alvaro Uribe deixou de lado”.

Acompanhado de 'Lucho' Garzón, ex-prefeito de Bogotá e líder do Pólo Democrático de Esquerda, Samper, expoente do Partido liberal de oposição ao governo, participou de um debate durante o fim de semana em que observou que “a Colômbia ficou de fora do movimento social, que se manifestou em toda a América Latina”.



Nos últimos dias, os movimentos que sustentam Uribe (a “U” e o “Cambio Radical”) intensificaram as reuniões em vista das eleições presidenciais de 2010. A intenção é que Uribe se candidate pela terceira vez consecutiva, mas para isso seria necessária uma mudança constitucional.



Depois de ter assegurado que na Colômbia “dez milhões de pessoas não acreditam mais nos partidos políticos”, Samper disse que “é o momento certo para pensar em algo diferente”. O ex-presidente insistiu que, com a nova aliança de centro-esquerda, “a proposta é definir, por meio de uma nova agenda social, as bases de um projeto político alternativo ao da direita, que dominou a Colômbia nos último cinco anos”.



“Nós nos dirigimos aos que pensam que aqui existe um conflito armado e não só uma ameaça terrorista e a quem crê que os refugiados internos não sejam somente emigrados preguiçosos à procura de oportunidade na cidade”, explicou Samper.



O líder político disse também que “as terras devem ser entregues às vítimas e não a seus carrascos”. Para Garzón, é preciso “um espaço de convergência, no qual não se reproduza toda a agenda de Uribe e não se aceitem as atitudes das Farc, mas que ao mesmo tempo não se negue a negociação política”.



Nesta linha, a senadora liberal Piedad Córdoba, que em 2007 colaborou com o presidente venezuelano Hugo Chávez na liberação de reféns declarou que se faz necessário “trabalhar em um projeto de reciclagem, mas em uma proposta sólida, solidária, humanista e totalmente diferente daquela da extrema-direita colombiana”.



Fonte: Ansa Latina