Governo do Estado será parceiro de projetos de inovação

Nova Lei de incentivos à pesquisa e inovação tecnológica coloca o Estado como sócio de projetos elaborados pela iniciativa privada ou pesquisadores independentes

Impulsionar a criação de parques tecnológicos no Ceará, através de parcerias entre os setores público e privado, é a principal meta da nova Lei de Incentivos à Inovação e à Pesquisa Científica e Tecnológica, apresentada, ontem, no auditório da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnolologia (Secitece). Compuseram a mesa de discussões o secretário de Ciência e Tecnologia, René Barreira, a adjunta, Teresa Mota, o diretor Corporativo e de Relação com o Mercado do Instituto do Desenvolvimento Industrial (Indi), Jurandir Picanço, o diretor da Funcap, Augusto Guimarães e o presidente da Etice, Fernando Carvalho. A mesa redonda faz parte da Semana Nacional da Ciência e Tecnololgia.


 


A nova Lei, já aprovada e sancionada pelo governador Cid Gomes, aguarda publicação no Diário Oficial para começar a vigorar. O texto suplementa a Lei Federal nº 10.973, de dezembro de 2004, e visa colocar o Ceará na posição de sócio em projetos de pesquisa. O projeto faz referência ao papel do Estado como partícipe em empresas de inovação e até mesmo em fundos de investimentos ligados à tecnologia. Segundo o secretário René Barreira, as novas regras vão contribuir para uma maior integração entre universidades e o Governo do Estado e os reflexos terão impacto no setor privado. “As empresas não têm competitividade sem inovação e pesquisa é fundamental”, analisa Barreira.


 


O discurso otimista também aplica-se aos novos projetos estruturantes previstos para o Ceará. Diversos dispositivos oferecem estímulos para atração de pesquisadores cearenses e de fora do Estado. “Trazendo especialistas de outras partes do Brasil, aliados aos da Região, aumenta-se o conhecimento e o resultado é mais imediato”, acredita a secretária adjunta de Ciência e Tecnologia, Teresa Mota. A idéia é que o intercâmbio de experiências seja favorável ao desenvolvimento de projetos, como o da Refinaria da Petrobras e expansão do Porto do Pecém.


 


O diretor do Indi, Jurandir Picanço, mostrou apoio à nova Lei e garantiu total colaboração da entidade ligada à Federação da Indústrias do Ceará (Fiec), mas, no discurso de ontem, alertou para as dificuldades encontradas para pôr em prática alguns projetos no Ceará. “Todo o aparato do Estado deve ser traduzido em inovação, mas a Lei por si só não é a solução. Precisamos todos nos unir para obter sucesso”, disse. Picanço relembrou o fracasso de um projeto na área de geologia, segundo ele, por falta de apoio do Governo Estadual. “Aconteceu, mas esperamos que tenha sido um problema pontual”, pondera.