Salvador: milhares de pessoas saem às ruas em apoio a Pinheiro
O vermelho deu o tom nesta quinta-feira (23/10), quando cerca de 20 mil pessoas participaram de uma grande caminhada de apoio a Walter Pinheiro (PT) pelas ruas da região central de Salvador. O candidato a prefeito pela coligação Salvador, Bahia, Brasil (P
Publicado 23/10/2008 22:02 | Editado 04/03/2020 16:21
Parlamentares e diversas lideranças políticas participaram do evento, muitas caminhando no meio da multidão e pedindo voto para Pinheiro. O grande destaque do evento, mais uma vez, foi a militância, que demonstrou que não apenas vestiu a camisa e levou as bandeiras para as ruas, mas está disposta a dar duro na campanha até o último momento. Bandeiras que tremularam durante o percurso do Campo Grande até a Praça Municipal nas mãos de militantes que levavam no semblante a certeza da vitória no domingo. Ninguém se importava com as pesquisas de intenções de voto divulgadas nos últimos dias, que mostravam vantagem do prefeito João Henrique (PMDB) sobre Pinheiro.
“É sempre esta mesma história antes das eleições. As pesquisas sempre mostram que estamos em desvantagem, mas as urnas dizem o contrário. Foi assim com Wagner em 2006, foi assim comigo no primeiro turno e a situação é a mesma agora. Foram estes mesmos institutos de pesquisa que apontaram a reeleição de Paulo Souto e o povo deu a vitória a Wagner. Foram eles também que disseram no dia anterior à eleição, que nós não iríamos para o segundo turno, mas estamos aqui, porque pesquisa não ganha eleição. Quem decide é o voto do povo ”, discursou Pinheiro para a multidão na Praça Municipal.
Pinheiro e sua vice, Lídice da Mata, também reconheceram a importância do trabalho da militância na campanha. “Esta militância é o maior patrimônio que nós dos partidos de esquerda temos. São os militantes do PT, PCdoB, PSB e PV, que estão desde julho entrando em ruas, subindo ladeiras e levando as nossas propostas a todos os cantos de Salvador. São vocês que vestem a camisa e levam a bandeira com tamanha determinação, que quase impossível não ser contagiado por esta onda vermelha, que já tomou conta de Salvador”, enfatizou Pinheiro, mesmo interrompido diversas vezes pelo coro de “Pinheiro, Pinheiro, Pinheiro”. O candidato fez ainda um apelo à militância para que não descansassem até o dia 26 de outubro.
Muitas lideranças políticas participaram da caminhada em apoio a Pinheiro, entre elas o ex-ministro Waldir Pires; a prefeita de São Sebastião do Passé, Tânia Portugal; os secretários estaduais Jorge Solla, Geraldo Simões e Rui Costa; os deputados Alice Portugal, Daniel Almeida, Nelson Pellegrino, Luiz Alberto e Javier Alfaya; os vereadores Aladilce Souza, Olívia Santana, Everaldo Augusto e Reginaldo Oliveira, além de representantes dos partidos aliados, do comitê sindical e da União da Juventude Socialista.
Comício no Subúrbio
O governador Jaques Wagner participou do comício realizado pelo candidato a prefeito Walter Pinheiro na noite desta quarta-feira (22/10), na Praça da Revolução, em Periperi, Subúrbio Ferroviário de Salvador. Durante o evento que reuniu cerca de 15 mil pessoas, Wagner fez duras críticas ao candidato à reeleição João Henrique (PMDB). O tom do seu discurso foi uma resposta às acusações recentes do prefeito ao governo estadual e ao PT. “Prefeito João Henrique, se o senhor tiver um milímetro de gratidão favor não se referir ao meu governo da forma com está fazendo”.
O governador aproveitou para diferenciar subserviência de alinhamento político ao falar de sua relação com Pinheiro e Lula. ''Lula não é meu chefe. Não vou ser chefe de Pinheiro porque a Prefeitura precisa de um homem que se respeite e a covardia é própria daqueles que não têm liderança'', disse Wagner, para quem, nos últimos meses trocaram o prefeito de Salvador. ''O que aí está é só de faz-de-conta, não é ele quem governa, que comanda'', sentenciou.
Último orador da noite, o candidato a prefeito Walter Pinheiro disse estar imbuído em ''fazer uma grande revolução na prefeitura de Salvador''. Denunciou também as atitudes que o prefeito tem tomado contra a cidade, como acelerar licenças de construção em áreas de Mata Atlântica na Paralela e tentar inviabilizar a construção de um hospital no Subúrbio. ''Um prefeito que mantém em Salvador mais de 150 mil analfabetos e mais de 370 mil desempregados não tem o que festejar'', afirmou. Ao contrário, deve adotar soluções, como os Centros de Formação Profissional, como o que será feito no Subúrbio, reutilizando a fábrica da Estrada da Cocisa, que funcionará como um ''farol da cidadania''.
Pinheiro pediu ao povo na praça para ocupar as ruas com o vermelho do 13. ''A melhor pesquisa é a nossa persistência, a militância, a vontade de mudar Salvador. No domingo não deixe a bandeira em casa, use a camisa vermelha. Este é um projeto do povo de Salvador. Agora é a hora de Salvador ter um prefeito de verdade. A cidade não vai perder esta oportunidade. Bandeira na mão, vermelhou no coração e o 13 na urna'', concluiu
De Salvador,
Eliane Costa