Medida provisória dos bancos divide trabalhadores e empresários

Trabalhadores e empresários questionam a eficiência da Medida Provisória (MP) 443 do governo federal, publicada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial. A medida autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a participar ou até mesmo adquiri

O governo afirma que a MP é uma alternativa às instituições financeiras e ao setor da construção civil, que estão com dificuldade financeira diante da crise. No entanto, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Carlos Alberto Aita, garante que o setor não tem interesse que o governo seja parte acionária das empresas.


 


“O governo foi infeliz na sua colocação dentro da medida, porque ele está apontando um problema de crédito ou se insolvência no setor que não existe atualmente. O nosso problema não é falta de crédito, é falta de credibilidade do mercado”, diz.


 


Aita afirma que ficou surpreso com a medida, porque o setor da construção civil estava em negociação com o governo. Os empresários haviam proposto linhas de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A proposta permitiria a fusão entre as empresas, que é melhor vista pelo setor do que a intervenção do Estado.


 


A medida provisória do governo também é questionada pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Celso Woyciechowski. Para ele, não adianta o Estado comprar o prejuízo dos empresários com dinheiro público sem a garantia dos empregos pela iniciativa privada.


 


Além disso, Celso avalia que a medida somente enfrenta as conseqüências da crise e não a causa, que é o modelo econômico neoliberal.


 


“O Banco do Brasil e a Caixa devem servir de fomento ao desenvolvimento e não simplesmente participar das instituições financeiras. Depende da forma que vai participar, se for somente apóio financeiro, somos contra. Mas se for uma participação na gestão é saudável”, diz.


 


O Branco do Brasil também poderá atuar no mercado de financiamento de automóveis. Para o governo, o setor automotivo é um dos carros-chefe da economia e deve permanecer com o status.


 


Agência Chasque