Revista Science pede cooperação científica entre Cuba e EUA
O bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba há mais de 50 anos foi uma barreira para o intercâmbio científico entre ambos os países, e isso não apenas prejudicou o desenvolvimento da Ilha neste setor, mas também dos próprios americanos. É o que diz
Publicado 31/10/2008 15:41
''A comunidade científica dos Estados Unidos pode beneficiar-se da ciência de alta qualidade que se desenvolveu em Cuba'', diz o texto.
A Science, uma tribuna por excelência dos cientistas dos Estados Unidos e do mundo, cita vários exemplos nos quais a cooperação entre ambas as comunidades científicas poderia salvar vidas.
''Cuba se encontra tipicamente na passagem dos furacões que se deslocam aos Estados Unidos continentais e que trazem grande destruição, como foi o caso do furacão Katrina e de novo no mês passado o furacão Ike. Os cientistas e engenheiros cubanos aprenderam a proteger as populações ameaçadas e a minimizar os danos. Apesar de que o furacão Ike estava registrado como categoria 3 quando assolou Cuba, houve menos perdas de vidas depois de três dias de impacto, que as ocorridas quando mais tarde assolou Galveston, Texas como furacão de categoria 2. Partilhar os conhecimentos neste setor nos beneficia a todos'', afirma o texto.
Mais adiante, a revista se referiu ''à extensa experiência de pesquisa cubana sobre doenças tropicais, tais como a dengue''.
''Esta doença viral e epidêmica é dos trópicos, notavelmente nas américas, mas um dos surtos foi registrado na Filadélfia, no século 18. Atualmente, um dos centros mais representativos do mundo dedicados ao estudo da dengue está em Cuba'', diz o editorial, referindo-se ao Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, de Havana.
''Embora muito ativo na cooperação científica com a América Latina e a África, quase não interage com cientistas estadunidenses. A dengue é uma ameaça para os Estados Unidos continentais e partilhar recursos do conhecimento para contra-arrestar surtos da doença seria um investimento na segurança da saúde de ambos os povos'', afirma.
Como um terceiro exemplo, a Science destacou que ''Cuba também deu importantes passos na biotecnologia, incluindo a produção de várias vacinas importantes e anticorpos monoclonais''.
''A pesquisa em Cuba continua espalhando-se em diversos campos, que vão desde os tratamentos contra as dependências até a preservação da biodiversidade. Os cientistas cubanos participam da cooperação em pesquisas com muitos países, inclusive com o Reino Unido, Brasil, México, China e a Índia. Contudo, não há nenhum programa de cooperação de pesquisa com nenhuma instituição científica dos Estados Unidos'', destaca.
A informação é do jornal cubano Granma