Segmentos sociais participam de debate sobre a crise econômica
Estudantes, sindicalistas e representantes da sociedade civil estiveram ontem (06/11) no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para participar do debate “O Brasil e a Crise do Capitalismo”, proposto pelo deputado Lula Morais. “Entender as causa
Publicado 07/11/2008 16:09 | Editado 04/03/2020 16:35
Para o debatedor Lécio Morais, representante da liderança do PCdoB no Congresso Nacional, o capitalismo inaugurou uma situação nova, diferente das outras crises históricas. O acúmulo da forma abstrata de riqueza, o chamado capital virtual propiciou a especulação, tornando-se necessária a destruição de parte dessa riqueza, o que resulta na quebra de grandes empresas, na redução da produção e conseqüentemente no aumento do desemprego. . “Trata-se de uma crise de abundância e não de escassez a qual a sociedade já vivenciou em outras épocas” destaca.
De acordo com o representante da liderança do PCdoB, há uma quebra do paradigma de auto-regulação do mercado, o que chamamos de neoliberalismo, sendo necessária a intervenção do Estado. Essa ruptura forçará uma nova regulação do capitalismo. Se essa regulação não for feita teremos um espaço muito grande de instabilidade política e econômica, em médio prazo. Se houver, veremos uma nova face do capitalismo. De uma forma ou de outra esse processo desencadeará dois tipos de luta: de um lado o fortalecimento dos movimentos anticapitalistas e do outro a luta dentro da hierarquia do sistema mundial para ver quem pagará a conta da crise.
O economista Francisco Teixeira destacou que estamos vivenciando uma época de crescimento sem desenvolvimento, o que resulta na fusão de empresas ao invés da criação de novas. “Vemos atualmente o encurtamento da vida útil das mercadorias para não haver saturação do mercado, para que este comporte a grande produção (o acúmulo pelo acúmulo e não pela necessidade)”, ressaltou. Segundo Marx, o verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital. “A produção capitalista aspira superar estes limites e sempre que o capital tenta superar esses limites imanentes cria-se limites mais fortes”, afirma Teixeira.
Para o deputado comunista Lula Morais, esta é uma crise de confiança, do capital virtual, estendendo-se ao âmbito político. Afinal, a moeda não é apenas um fenômeno econômico, é também um instrumento político. “A crise do capitalismo abre o caminho para a alternativa ao capitalismo que é o socialismo”, finalizou.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Deputado Lula Morais