Crise não diminuirá poder das oligarquias, diz libanês

Para Safiee, o sistema já superou a sua função, de intermediário entre o capital e o trabalho.

Safiee também afirmou que a hegemonia americana está iniciando seu fim. “Os EUA exploraram o planeta por dezenas de anos. Exploraram o mundo por meio de políticas intervencionistas e ações militares, além de ocupações”, disse.

Para o comunista, “depois da Guerra Fria, os EUA precisaram manter sua hegemonia, necessitaram manter o quadro político e geopolítico, impondo assim o modelo neoliberal. Como resultado da globalização esse processo espalhou-se”.

“A dívida interna americana é um dos motivos dos EUA fazerem os povos de todo o planeta engolirem sua moeda. Seu modelo de desenvolvimento e o neoliberalismo agravaram as condições para bilhões de pessoas” apontou.

Para Safiee, já não é mais possível resolver as contradições do capital no mundo. “Parece que hoje está se formando uma nova consciência pública. As pessoas estão conscientes do iminente fim da hegemonia americana e os perigos que podem surgir a partir daí. Assim, achamos que vai haver uma resistência cada vez maior aos EUA no mundo”.

“A crise financeira demosntrou para os capitalistas a necessidade de introdução de mecanismos para reformar o sistema. O sucesso da engenharia financeira foi aumentar a taxa de lucro, mas suas contradições não podem ser resolvidade dentro do sistema”, observou o dirigente libanês.

“A crise do capitalismo não será sanada com antídotos anticapitalistas, já que a economia atingiu um beco sem saída, colocando em dúvida a hegemonia dos EUA no mundo. Isso pode fazer ressurgir os movimentos sociais anti-capitalistas. O modelo neoliberal será sepultado para sempre e chegamos à conclusão que atingimos o limite do capitalismo” comentou Safiee.

“De acordo com essa interpretação, imaginamos o papel da esquerda e das forças revolucionárias na superação do capital” sublinhou.

“As condições objetivas para uma transição já estão prontas, mas não podemos dizer que existem forças objetivas capazes de fazer essa transição” finalizou o membro do Comitê Central do PC do Líbano.