Governo Federal se reúne com os movimentos sociais

Sob o lema ''Construindo um novo Brasil: mais desenvolvimento, menos desigualdades'', o Governo Federal realizou na tarde de quarta-feira (26/11), um encontro com os movimentos sociais, no salão nobre do Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Coube ao min

Luiz Dulci apresentou um balanço da atuação social do governo nestes seis anos de mandatos, enfatizando a implementação de um novo projeto nacional de desenvolvimento no qual o governo não apenas buscou garantir os direitos sociais tradicionalmente reconhecidos pela legislação e pelo Estado brasileiro (saúde, trabalho e educação), mas buscou também o reconhecimento e efetivação de novos direitos (igualdade de gênero e racial, promoção da juventude, respeito a diversidade), através de políticas públicas e da transversalidade na atuação de diversos ministérios. Dulci concluiu sua apresentação, com os versos de Gonzaguinha que assinalam ''se muito vale o já feito, mais vale o que será'', reconhecendo que ainda há muito a ser feito no plano social para a conquista de um país verdadeiramente igualitário.


 


A crise mundial,os seus impactos sobre o Brasil e as ações do governo para enfrentá-la. foram abordados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.  O ministro qualificou a crise como a mais forte desde a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929 e destacou que seu impacto sobre o mundo será expressivo, haja vista que seu epicentro esta localizado nas economias centrais do planeta (EUA, União Européia e Japão). Mantega enfatizou ainda, que ela se iniciou como uma crise financeira decorrente da desregulamentação completa do sistema financeiro nestes países, mas que já atinge a economia real dos paises mais avançados, que enfrentam um processo de recessão. No tocante ao impacto sobre os países emergentes, avaliou que será menor e que provavelmente levará à uma redução no ritmo de crescimento destas economias nos próximos anos, porém sem se caracterizar uma recessão devido ao dinamismo destas economias.


 


Sobre o Brasil, Mantega destacou que poderemos reduzir o ritmo de crescimento em 2009 para um patamar em trono de 4%, mas que está otimista que retomaremos já em 2010 o patamar atual de crescimento do PIB, na faixa dos 5%. Justificou suas projeções otimistas a partir de elementos específicos da economia brasileira, que põe o país numa situação razoável, tais como: o novo ciclo de desenvolvimento vigoroso do país com distribuição de renda; o PAC e a descoberta do Pré-Sal que permite manter o dinamismo da economia; reservas elevadas (mais de 205 bilhões de dólares e mais de 170 bilhões de reais nos depósitos compulsórios); menor vulnerabilidade externa, devido uma diversificação maior do seu comércio internacional; sistema financeiro sólido, com baixa alavancagem e com a presença de três grandes bancos estatais; melhor situação fiscal, com a menor dívida pública proporcional das últimas décadas; inflação sob controle e, o mais importante de tudo, na opinião do ministro, com um mercado de massa, fortalecido à partir das políticas sociais, da valorização do salário mínimo e da revolução do crédito.


 


Movimentos sociais


Representando as centenas de entidades dos movimentos sociais presentes, falaram a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, salientando que a saída para a crise é a ampliação do investimento do governo na população, em especial na educação e saúde, mantendo as políticas sociais, reduzindo a taxa de juros e aumentando a integração com a América Latina e os países do sul. Stumpf foi bastante aplaudida em dois momentos: primeiro quando reivindicou a saída imediata do presidente do Banco Central, Henrique Meireles e, segundo, quando propugnou pela unidade de todos os movimentos sociais para lutar por alterações na Lei do Petróleo, no sentido de garantir que a riqueza  extraída do Pré-sal seja efetivamente apropriada por todo o povo brasileiro.


 


A dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra  (MST), Marina Silva, a representante da  Confederação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Cleide Ilda, o coordenador da Central de Movimentos Populares(CMP), Saulo Antonio e a coordenadora da Marcha das Margaridas, Carmem Flores, falaram reivindicando a ampliação de políticas públicas de forma a garantir a plena cidadania à toda a população.


 


Representantes das seis centrais sindicais do país também participaram do encontro, o presidente da CUT, Artur Henrique, defendeu que toda as intervenções do governo no sentido de estimular setores da economia tenham como contra-partida a garantia e ampliação do nível de emprego no setor. A CTB esteve representada no evento pelo seu presidente Wagner Gomes e por diversos diretores.


 


A Ministra Dilma Rousself encerrou o evento, apresentando as medidas emergenciais e anti ciclicas adotadas pelo governo até então para enfrentar a crise e garantiu de que não haverá qualquer redução nos programas sociais do governo, bem como nas obras do PAC, tão necessárias para a modernização da infra-estrutura física do país.


 


A Bahia esteve representada no encontro pelo presidente eleito da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes, pela secretária de Juventude do PCdoB na Bahia, Danielle Costa, além dos diretores da Unegro Ângela Guimarães e Jerônimo Silva.


 


Da redação, com informações de  
Brasília de Emanoel Souza