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Após 3 décadas, Chile e Argentina firmam acordo fronteiriço

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e sua colega chilena, Michelle Bachelet, iniciaram nesta quinta-feira (4) uma rodada de negociações “para assinar um novo tratado de integração chileno-argentino”.

O encontro entre as mandatárias também comemorou os 30 anos do início da mediação do papa João Paulo II, que evitou uma guerra entre os dois países pelo controle da região do canal Beagle.



As negociações começaram durante uma reunião fechada na prefeitura de Puntas Arenas. Em seguida, as chefes de Estado assinaram uma série de acordos de comércio, investimentos, atividades espaciais e outras iniciativas de cooperação bilateral.



A presidente argentina lembrou que, na década de 70, o Chile e a Argentina “viviam sob governos antidemocráticos”. “Não foram enfrentamentos entre o povo argentino e o povo chileno, eram entre governos antidemocráticos ou ditatoriais, fechados em suas mentes que utilizaram essa hipótese de conflito para fortalecer e legitimar o que nunca puderam fazer pelo voto popular”, ressaltou.



Antes de se reunir com a colega chilena para começar as negociações, Cristina lembrou um episódio vivido em primeira pessoa na época, quando vivia na cidade de Rio Gallegos, na Patagônia argentina.



A presidente argentina teve que abandonar a cidade, onde vivia com o marido e o filho, com urgência porque “o ataque e a guerra era absolutamente iminentes”. “Eu e muitíssimos homens e mulheres de Rio Gallegos abandonamos a cidade porque tínhamos notícias de que iam acontecer ataques aéreos entre os dois países”, disse.



“Com meu filho Máximo, que era pequeno e que eu levava em meus braços, em um aeroporto que fervia de gente desesperada para subir nos aviões, eu lembro que meu companheiro [Nestor Kirchner] decidiu ficar em Rio Gallegos e me pediu para que fosse com Máximo”, lembrou. “Por sorte, não aconteceu nada por causa da intervenção do Vaticano”, concluiu a chefe de Estado argentina.



Fonte: Ansa Latina