Curso de Farmácia da UFC relembra história de luta, conquistas e novos desafios

O ano de 1968 ficou marcado para muitos como sendo revolucionário. Na manhã desta sexta-feira (05), alunos, ex-alunos e professores do curso de Farmácia da UFC realizaram um encontro para relembrar aquele ano que marcou a história não só do curso mas tamb

A história vivenciada por muitos dos presentes no auditório do Hemoce nos conta que a conquista do atual prédio que hoje abriga o curso de Farmácia da UFC foi fruto de uma luta estudantil.  Até 1968, os cursos de Farmácia e Odontologia funcionavam juntos num prédio no centro de Fortaleza. Em julho daquele ano, liderados pelo professor Osvaldo Rabelo, universitários e professores ocuparam o novo prédio para que o local pudesse abrigar o curso de Farmácia. ''Nosso luta naquela época era por melhores condições físicas de funcionamento e de aprendizado'', diz Edson Pereira, atual professor do curso e universitário em 1968.


 


Quarenta anos depois, a luta de alunos e professores continua a mesma. Segundo a professora Fátima Oliveira, coordenadora do curso de Farmácia, o encontro de hoje não foi só um resgate histórico da memória do curso. ''Hoje estamos aqui também em busca de refletir quais as conquistas e dificuldades que ainda enfrentamos. Temos muitas semelhanças na luta de 1968. O curso cresceu e agora estamos com o mesmo problema de espaço. Precisamos mobilizar os alunos e continuar lutando por melhores condições de trabalho'', afirma.


 


A luta atual pela melhoria das condições físicas se arrasta desde 1993. Há 15 anos, o curso recebeu a doação de um terreno próximo à faculdade, mas continuam em busca da construção do novo prédio.


 


Durante a palestra ''1968-2008 – Movimento Estudantil: da Ditadura à Democracia'', foram levantadas algumas questões importantes sobre a atuação dos estudantes na época da repressão e na atualidade. Pedro Albuquerque, diretor do DCE em 1968, ressaltou a importância da educação para a conscientização do jovem e para a construção de uma sociedade mais justa.


 


A homenagem – Teodoro de Castro


 


O resgate da memória do curso de Farmácia trouxe também a lembrança de um dos alunos mais destacados e queridos naqueles anos: Antonio Teodoro de Castro. Desaparecido na Guerrilha do Araguaia em 1973, ele fazia parte da turma que ocupou as instalações do prédio que ainda hoje abriga o curso. Investigações da Anistia indicam que morreu sob tortura em fevereiro de 1974.


 


''Esta simples homenagem que prestamos ao Teodoro é para demonstrar que ele é um exemplo histórico para nós que fazemos parte deste curso. Queremos aqui, por meio dele, homenagear tantos outros que também foram mortos injustamente ao defenderem o país do Regime Militar'', finalizou Edson Pereira.


 


De Fortaleza,


Carolina Campos