Israel liberta 227; Abbas exige liberdade para 11 mil
Israel libertou nesta segunda-feira (15) 227 palestinos em um alegado gesto de ''boa vontade'' com o presidente Mahmoud Abbas, que assegurou que a felicidade só será completa quando estiverem livres os 11 mil compatriotas prisioneiros dos cárceres isra
Publicado 15/12/2008 14:18
Um ambiente de alegria, combinado com manifestações de patriotismo, foi vivido nesta segunda-feira no território palestino ocupado de Beituniya, onde está situado o ponto de controle militar israelense pelo qual foram transferidos os recém libertados na Cisjordânia.
Segundo explicaram as autoridades israelenses, 209 presos foram transferidos para lá a partir da prisão de Ofer, próxima de Jerusalém, enquanto outros 18 réus saíram da prisão de Shikma, no Negev, para o posto de Erez, na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza.
Os ônibus, escoltados por veículos militares, transportaram os recém libertados, que levavam bandeiras palestinas e do grupo al-Fatá, amarelas, do presidente Abbas e cartazes do falecido líder palestino Iasser Arafat.
Com grande alegria, os libertados se misturaram em abraços e beijos com mães, esposas, irmãos, pais e filhos, que aguardavam na área limítrofe, do lado da Cisjordânia, enquanto os soldados israelenses vigiavam por trás do alambrado que divide as duas áreas.
Em sua condição de presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abbas saudou pessoalmente com beijos no rosto seus 209 compatriotas libertados em Ramalá, e desejou que o restante dos que são prisioneiros, por ações da resistência à ocupação, tenham a mesma sorte.
''Nossa felicidade não será completa até que estejam livres os 11 mil palestinos'', afirmou, para logo depois prometer aos presentes que ''trabalharemos para liberar os prisioneiros de todas as facções''. O segundo perdão em massa outorgado por Israel a prisioneiros palestinos este ano coincidiu com o final da Festa do Sacrifício muçulmano e com um clima de tensão e beligerância entre as tropas ocupantes e militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em Gaza.
A decisão, anunciada na semana passada pelo primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, estava bloqueada temporariamente até o meio-dia de hoje, quando a Corte Suprema cancelou um recurso interposto no domingo à noite para atrasar a libertação.
O executivo israelense respondeu ao pedido de organizações opostas ao indulto que pediram a revisão de casos de presos ''com sangue nas mãos'', como identificam os membros da resistência envolvidos em casos nos quais morreram ou ficaram feridos cidadãos ou militares israelenses.