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Mostras em Madri exibem fotos históricas da Revolução Cubana

Duas exposições inauguradas em Madri, na Espanha, marcam os 50 anos da chegada de Fidel Castro ao poder em Cuba e contam os passos da revolução em documentos fotográficos. A mostra Korda, O Desconhecido abriu na última quinta-feira

Em 200 imagens, a exposição da Casa de América de Madri percorre trajetórias históricas, pessoais e artísticas do fotógrafo cubano, autor de mais de 10 mil imagens, entre elas algumas das mais famosas da história cubana.


 


Korda entrou também para a história da fotografia mundial pela conhecidíssima foto de Ernesto Che Guevara, um dos líderes da revolução, em um palanque, em 1960, durante um discurso em que Fidel Castro declama: “Pátria ou morte”.


 


A imagem, que virou ícone no século passado, foi divulgada em 1967, após a morte de Che Guevara. Nos seis primeiros meses de circulação, foram vendidas 1 milhão de cópias da foto.


 


“Mas além de ser o autor da fotografia mais famosa, Korda se deu ao luxo de ser um mestre nesse mundo efervescente e cheio de tentações que é a moda”, disse a curadora da mostra, Cristina Vives. “Essa exposição é uma viagem sobre a obra mais completa dele.”


 


Cotidiano


 


A outra exposição, Olhares Reveladores, reúne 65 imagens em preto e branco de fotógrafos que acompanharam a entrada das forças revolucionárias em Havana e a conseqüente derrubada do presidente Fulgencio Batista, que deixou o país no mesmo dia.


 


A primeira parte da mostra revela o cotidiano de Ernesto Che Guevara e Fidel Castro preparando as estratégias militares no acampamento das montanhas de Sierra Maestra (último refúgio antes da entrada nas cidades).


 


Já a segunda exibe a reação popular e a recepção aos líderes. Fidel aparece ao lado do escritor americano Ernest Hemingway, enquanto cubanos nas ruas mostram cartazes que anunciam o fim das relações com os Estados Unidos.


 


A exposição, aberta na sexta-feira (12), na Escola de Fotografia de Madri, foi descrita pela diretora do Arquivo Fotográfico Nacional de Cuba, Loudes Socorrás, como “uma expressão artística histórica”.


 


“Os fotógrafos captaram o essencial no momento e lugar onde estavam, cada um com sua maneira peculiar de ver e enquadrar o momento decisivo”, afirmou Socorrás. “Foi a expressão artística mais representativa da revolução em seu nascimento”, define a cubana no prólogo da mostra.


 


Propaganda


 


Para o curador da exposição, Diego Caballos, o momento foi também o da descoberta da propaganda política. Na opinião de Caballos, Fidel Castro e Che Guevara entenderam que a divulgação dos passos da revolução serviria como uma estratégia publicitária gratuita.


 


“Os fotógrafos registravam tudo: (os líderes) comendo, lendo, dormindo ou discutindo”, diz o curador. “Principalmente como eram recebidos nas aldeias quando iam avançando.”


 


“Tudo era transmitido pelas agências internacionais”, acrescenta. “E Fidel Castro e o Che perceberam o que significava aquela propaganda diante do mundo”, completou Caballos em nota à imprensa para a apresentação da exposição.


 


A mostra Olhares Reveladores ficará aberta ao público até o dia 20 de Janeiro de 2009, e Korda, O Desconhecido termina cinco dias mais tarde.


 


Fonte: O Globo