Sem categoria

Bush cogita uma ''falência ordeira'' das automobilísticas

A administração Bush considera seriamente a possibilidade de uma ''falência ordeira'' como uma maneira de tratar os desesperadores tormentos da indústria automobilística dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira (18) a porta-voz da Casa Branca, Dana Pe

''Há uma forma ordeira de proceder a falências, que proporciona uma aterrissagem mais suave. Acho que é disso que gostaríamos de estar falando'', disse Dana Perino, segundo reportou Jennifer Loven, da Associated Press. A porta-voz ainda mostrava vestígios do olho roxo que ganhou em Bagdá, devido à truculência dos seguranças presidenciais no tumulto que se seguiu aos sapatos atirados contra George W. Bush.



 ''O presidente não vai permitir um colapso desordenado das empresas. Um colapso desordenado seria algo muito caótico, um choque para o sistema'', disse ainda a porta-voz, dando a entender, pela negativa, a possibilidade de um ''colapso ordeiro''.



Bush: ''preocupado'' mas sem ''conclusão''



Bush, indagado sobre um possível programa de recuperação das montadoras, disse que não tinha decidido o que ele faria. Mas expressou também nesta quinta-feira uma idéia semelhante à da porta-voz, durante um fórum da ONG empresarial conservadora American Enterprise Institute, em Washington.



''Estou preocupado com uma falência desordenada e o que ela causaria na psicologia dos mercados'', comentou o presidente, a menos de sete semanas do fim de seu mandato. Bush disse ainda  que queria ''evitar uma catástrofe maior''. E mostrou resistência em, segundo suas palavras, ''colocar dinheiro bom por cima do ruim'' – referindo-se ao uso dos recursos dos contribuintes para amparar empresas problemáticas.



''Em circunstâncias normais, não há dúvida de que o tribunal de falências é a melhor maneira de se lidar com o crédito, a dívida e a reestruturação'', disse ainda o presidente, durante uma sessão de perguntas e respostas num fórum. Mas em seguida agregou: ''Estas não são circunstâncias normais. Aí está o problema''. Avaliou ainda que a indústria automobilística está ''obviamente muito frágil''.



''Ainda não cheguei a uma conclusão'', admitiu Bush no mesmo fórum. ''Ainda existe muita incerteza'', acrescentou. Bush expressava a perplexidade de seu governo com uma crise econômica que não lhe permite dar-se ao luxo de simplesmente esperar pelo dia 20 de janeiro, quando o presidente Barack Obama toma posse.



Bush também fez um comentário sobre a posse de Obama. ''Eu pensei no que seria tornar-me presidente durante esse período. Acredito que uma boa política seria não descarregar sobre ele uma grande catástrofe no seu primeiro dia no cargo'', observou.


 


Montadoras fecham 59 fábricas



A Chrysler, a General Motors e a Ford Motor anunciaram o fechamento provisório de 59 fábricas nos EUA até o mês que vem, devido à queda nas vendas e ao travamento do crédito. As vendas de carros no país atingiram em novembro o seu pior nível em 26 anos, enquanto um pacote de US$ 14 bilhões em ajuda às ''Três Grandes'', como são chamadas, não passou no Congresso devido a restrições de senadores republicanos.



Na véspera dos comentários de Dana e seu chefe, a Chrysler LLC anunciou que fechará todas as suas fábricas nos EUA durante pelo menos um mês, a partir de amanhã (19). Tanto a Chrysler como a GM adiantaram que dentro de algumas semanas não terão dinheiro para pagar as contas.



A GM, como a Ford, ainda aguardam uma decisão da Casa Branca. Mas a GM também fechou unidades, enquanto a Ford, a única das três que não parece estar com um rombo de bilhões de dólares em suas contas, anunciou que estenderá por uma semana a mais as férias coletivas durante as férias de natal. As ações das megamontadoras caíram substancialmente depois dos comentários de Bush.



Dana Perino disse que ''existe uma porção de opções''. Citou entre as atitudes possíveis a concessão de empréstimos de curto prazo, com os US$ 700 bilhões reservados para salvar Wall Street – idéia contestada por muitos republicanos, inclusive, ainda no mês passado, pelo próprio George W. Bush.



Ela disse que o governo está ''perto'' de tomar uma decisão. Mas não especificou um calendário e deu a entender que ela não será tomada nesta semana.



Da redação, com Associated Press